segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Leitura- Garotas Mortas


Mais uma leitura motivada pela Flip 2018 .Garotas mortas eh um livro reportagem de denuncia . Muito bem escrito e alerta para um problema tao comum em países pobres : o feminícidio .Recomendado
Resenha:
Três assassinatos entre centenas que não são suficientes para estampar as manchetes dos jornais ou mobilizar a cobertura dos canais de TV. Três casos cujas notícias chegam desordenadas: 
uma rádio as anuncia, um pequeno jornal provinciano dá algum destaque, alguém se lembra dos ocorridos em uma conversa… Três crimes “menores” enquanto a Argentina celebrava o retorno da democracia. Três mortes sem culpado. Com o tempo, essas histórias se convertem em uma obsessão particular da autora, o que a leva a uma investigação bastante atípica.
A prosa cristalina de Selva Almada mostra como as violências diárias contra meninas e mulheres acabam fazendo parte de algo considerado “normal”. Com este livro, a autora desbrava novos caminhos para a não ficção latino-americana.


domingo, 26 de agosto de 2018

Leitura- Canção de Ninar


Mais uma excelente leitura motivada pela Flip 2018. Nem sempre o escolhido em ganhar um prêmio se mostra a altura em termos literários. Algumas vezes questões politicas prevalecem . Não seria este o caso de Leila Slimani que se mostra uma excelente escritora e coloca a nu o que as injustiças sociais provocam . Leitura altamente reflexiva . As vezes a falta de perspectiva que os socialmente  desamparados tem pode levar a situações de conflito incontroláveis.Altamente Recomendado

Resenha:Apesar da relutância do marido, Myriam, mãe de duas crianças pequenas, decide voltar a trabalhar em um escritório de advocacia. O casal inicia uma seleção rigorosa em busca da babá perfeita e fica encantado ao encontrar Louise: discreta, educada e dedicada, ela se dá bem com as crianças, mantém a casa sempre limpa e não reclama quando precisa ficar até tarde. 
Aos poucos, no entanto, a relação de dependência mútua entre a família e Louise dá origem a pequenas frustrações – até o dia em que ocorre uma tragédia.
Com uma tensão crescente construída desde as primeiras linhas, Canção de ninar trata de questões que revelam a essência de nossos tempos, abordando as relações de poder, os preconceitos de classe e entre culturas, o papel da mulher na sociedade e as cobranças envolvendo a maternidade.
Publicado em mais de 30 países e com mais de 600 mil exemplares vendidos na França, Canção de ninar fez de Leila Slimani a primeira autora de origem marroquina a vencer o Goncourt, o mais prestigioso prêmio literário francês.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Leitura - Olhos D"agua


Se trata do 1o livro que leio de Conceição Evaristo . Confesso que não deu para fazer uma avaliação correta . Alguns contos muito bons. Senti uma adoção política na escrita  (a exemplo de Gorki) mas acho que forçando um pouco a barra para alguns temas . Posso ter me enganado nesta 1a impressão por isto vou ler outro livro dela. Não tive esta imagem em outros literatos negros que li . Mas se trata de ótima escritora . Recomendo

Resenha:

Em Olhos d’água Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida? Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”. 

Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.

domingo, 19 de agosto de 2018

Leitura- As cidades invisiveis

Com certeza a Cidade e a Cidade de China Mieville tem bastante de As Cidades Invisíveis. Ambos expandem a compreensão do que seria uma cidade e fazem por um lado uma leitura multifacetada do
que seria uma cidade de Calvino e outro uma critica mordaz dos tempos atuais 





Resenha:
“Se meu livro As cidades invisíveis continua sendo para mim aquele em que penso haver dito mais coisas, será talvez porque tenha conseguido concentrar em um único símbolo todas as minhas reflexões, experiências e conjeturas. ” Assim se refere a este livro o próprio Italo Calvino — um dos escritores mais importantes e instigantes da segunda metade do século XX. O famoso viajante Marco Polo descreve para Kublai Khan as incontáveis cidades do imenso império do conquistador mongol. Neste livro surpreendente, a cidade deixa de ser um conceito geográfico para se tornar um símbolo complexo e inesgotável da experiência humana. Esta edição traz oito desenhos inéditos de Matteo Pericoli realizados especialmente para a Companhia das Letras.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Leitura- Memorias de Porco Espinho


Mais uma leitura  a partir da Flip 2018. Assisti a mesa de ALAIN MABANCKOU se mostrou bastante engraçado e sarcástica. Seu livro tem um que de Garcia Marques com Castanheda e retrata de forma feliz estas fabula africana , particularmente bela , na forma de explicar o mundo. Altamente recomendado

Resenha:
Em Memórias de porco-espinho, Alain Mabanckou revisita, com amor e ironia, uma série de lugares fundadores da literatura e cultura africana. Parodia livremente uma lenda popular de que todo ser humano possui seu duplo animal, que nesta narrativa é um porco-espinho surpreendente. O pequeno animal, filósofo e malicioso, executa os macabros desejos de seu mestre e realiza uma série de assassinatos. Mabanckou revela que, apesar de o romance ter sido escrito em francês, o ritmo da narrativa advém das línguas orais africanas, faladas no Congo, o que transparece na construção da história.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Leitura- Alguns humanos

Mais uma leitura a partir da Flip 2018 . Neste 1o livro de Gustavo , algumas estorias são boas mas outras claramente forçadas. Ainda precisa de muito chão como escritor. Pouco recomendado

Resenha:Alguns Humanos é o primeiro livro de Gustavo Pacheco e reúne onze histórias tão inquietantes quanto disruptivas. O leitor viaja do Bornéu ao Bronx, de Moçambique a Salvador da Bahia, da Alemanha à Cidade do México, de Pequim a Buenos Aires. Nestas geografias cruzam-se as histórias de Dohong, que ficou doente depois de a mãe morrer de desgosto, do escravo Zakaly, que se deslumbra com o que lhe dão de comer, de Kuek, um índio botocudo, de Julia Pastrana, a mulher mais feia do mundo, de Li Xun, funcionário público às voltas com questões teológicas, do taxidermista Thomas Manning, que não gosta de computadores, de Moacyr, que odeia Isaías e conversa com Deus. Evidenciando uma voz literária marcante, num estilo ecléctico burilado por uma imaginação prodigiosa, há um fio ténue que nos conduz ao longo destas narrativas e que talvez pudéssemos descrever como o retrato de uma certa humanidade.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Leitura- Anjo Noturno

Mais uma leitura a partir da Flip 2018 . Sérgio Santana eh um ótimo escritor e mantem seu estilo neste novo livro . Levemente recomendado

Resenha:Depois dos aclamados O homem-mulher e O conto zero e outras histórias, Sérgio Sant’Anna segue surpreendendo seus leitores. Nas nove narrativas reunidas em Anjo noturno, um dos principais escritores brasileiros da atualidade explora num gênero híbrido — que abrange contos, memórias e novelas — temas a um só tempo díspares e intrincados, como morte e vida, infância e velhice, paixão carnal e amor fraternal.

O conto “Talk show” narra a participação de um escritor em um programa de auditório, numa sucessão de situações embaraçosas e eletrizantes que se desenrolam tanto no palco quanto nos bastidores. Já em “Augusta”, o autor relata o encontro entre um professor universitário e uma produtora musical numa festa em Copacabana. A mesma atmosfera lasciva marca outras narrativas, como “Um conto límpido e obscuro”, em que o narrador recebe a visita inesperada de uma amiga artista plástica com quem não tem relações amorosas há cerca de dois anos.

Nesse universo de tensão entre desejo e profunda solidão, a prosa de Sérgio Sant’Anna percorre com engenhosidade e maestria as memórias e os anseios do escritor.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Leitura- O que eh lugar da fala

Mais uma leitura oriunda da Flip 2018. Ludmila foi de uma mesa que discutiu aspectos do discurso do lugar da Fala. Muito bom e ajuda a esclarecer a questão em torno deste discurso e reforçar os pontos de luta dos excluídos 
Resenha:
Muito tem se falado ultimamente sobre o conceito de lugar de fala e muitas polêmicas acerca do tema têm surgido. Fazendo o questionamento de quem tem direito à voz numa sociedade que tem como norma a branquitude, masculinidade e heterossexualidade, o conceito se faz importante para desestabilizar as normas vigentes e trazer a importância de se pensar no rompimento de uma voz única com o objetivo de propiciar uma multiplicidade de vozes. Partindo de obras de feministas negras como Patricia Hill Collins, Grada Kilomba, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros, Sueli Carneiro, o livro aborda, pela perspectiva do feminismo negro, a urgência pela quebra dos silêncios instituídos explicando didaticamente o que é conceito ao mesmo tempo em que traz ao conhecimento do público produções intelectuais de mulheres negras ao longo da história. Em Aprendendo com o outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro, Patricia Hill Collins fala da importância das mulheres negras fazerem um uso criativo do lugar de marginalidade que ocupam na sociedade a fim de desenvolverem teorias e pensamentos que reflitam diferentes olhares e perspectivas. Pensar outros lugares de fala passa pela importância de se trazer outras perspectivas que rompam com a história única.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Leitura- Era uma vez a mulher que tentou matar o bebe da vizinha

Mais uma leitura motivada pela Flip 2018. Liudmila participou de mesas eh eh bastante elogiada pela critica tendo recebido varios premios. Seu livro de contos fantasticos pode ser inscrito como uns dos melhores de todos os tempos . Se coloca ao lado de autores como Borges , Hofhmman , Murilo Rubião , Jean Potocki  , Gogol e outros .Excelente livro

Resenha:
Liudmila Petruchévskaia pertence ao grupo de escritores que não encontram equivalente em nenhum outro autor, tradição ou país. Considerada por alguns herdeira de Allan Poe e Gogol, a maior autora russa viva combina o contexto soviético em que produziu grande parte de sua obra com uma realidade povoada por assombrações, pesadelos, acontecimentos macabros e personagens sinistras. 
O resultado são histórias sobrenaturais que retomam a tradição dos contos folclóricos, porém dotadas de um humor contemporâneo e de uma carga política que não precisa se expressar diretamente para existir, pois, assim como não é à toa que a autora teve sua obra banida da União Soviética até o final dos anos 1990, tampouco é por acaso que ela recebeu em 2002 o prêmio de maior prestígio na Rússia pelo conjunto de sua obra. 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Leitura- Campos de Sanque -Religiao e a Historia da Violencia


Umas das melhores leituras dos últimos anos.Um livro com muita profundidade que nos lena a entender a historia da violência sob a ótica das religiões desde que deixamos de ser nômades. Não ha como não refletir profundamente a partir dos pontos elencados ao longo do livro.Altamente recomendado


Resenha:
A ideia de que a fé pode ser fonte de violência e intolerância vem crescendo nas últimas décadas, especialmente após o Onze de Setembro. Mas seria uma visão precisa da realidade? Neste estudo, Karen Armstrong investiga as grandes tradições religiosas em busca de respostas, e nos conduz a uma viagem pela história das maiores religiões do mundo.
O resultado é uma visão despida dos preconceitos que tanto obscurecem o debate, imprescindível num momento em que as tensões geopolíticas parecem prestes a transbordar. Amparado na vasta erudição da autora e no seu compromisso em promover a empatia entre os povos, Campos de sangue mostra que a religião não é a causa de nossos problemas.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Leitura- Epigramas recheados de Cicuta

Juliano Garcia Pessanha esteve na Flip 2018 numa mesa com Isabela Fiqueiredo. Por conta de suas colocações cômicas e satíricas  resolvo adquirir este livro de aforismos que eh uma leitura suave e rápida


Resenha:
Neste livreto, Evandro Affonso Ferreira e Juliano Garcia Pessanha trazem breves diálogos poéticos que, tal cicuta ingerida, podem causar engasgos imediatos, náuseas, convulsões, tremores. Morte? Esta já está garantida. E o que vem antes? Em caso de gargalhadas, não se engane, há algumas passagens de amargar. Não se aconselha ler com moderação.

Leitura- Sol na cabeça

Por conta da Flip li este livro de estreia do Geovani Martins. Estorias de um mundo que esta do nosso lado mas que desconhecemos .Este um dos méritos do livro. Escritor razoável que precisa de mais estrada
Resenha:
Com a estreia de Geovani Martins, a literatura brasileira encontra a voz de seu novo realismo. Nos treze contos de O sol na cabeça, deparamos com a infância e a adolescência de moradores de favelas – o prazer dos banhos de mar, das brincadeiras de rua, das paqueras e dos baseados –, moduladas pela violência e pela discriminação racial. 
Em O sol na cabeça, Geovani Martins narra a infância e a adolescência de garotos para quem às angústias e dificuldades inerentes à idade soma-se a violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XXI.
Em “Rolézim”, uma turma de adolescentes vai à praia no verão de 2015, quando a PM fluminense, em nome do combate aos arrastões, fazia marcação cerrada aos meninos de favela que pretendessem chegar às areias da Zona Sul. Em “A história do Periquito e do Macaco”, assistimos às mudanças ocorridas na Rocinha após a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Situado em 2013, quando a maioria da classe média carioca ainda via a iniciativa do secretário de segurança José Beltrame como a panaceia contra todos os males, o conto mostra que, para a população sob o controle da polícia, o segundo “P” da sigla não era exatamente uma realidade. Em “Estação Padre Miguel”, cinco amigos se veem sob a mira dos fuzis dos traficantes locais.
Nesses e nos outros contos, chama a atenção a capacidade narrativa do escritor, pintando com cores vivas personagens e ambientes sem nunca perder o suspense e o foco na ação. Na literatura brasileira contemporânea, que tantas vezes negligencia a trama em favor de supostas experimentações formais, O sol na cabeça surge como uma mais que bem-vinda novidade. 

Leitura- Nostalgias Canibais - Odorico Leal

Gostei da criatividade dos contos. me pareceu um tanto o quanto pretencioso na escrita . Mas os contos são bons e merecem uma nova fornada R...