Resenha :
Mais do que um livro de histórias curtas, em A mulher que pariu um peixe e outros contos fantásticos de Severa Rosa a escritora maranhense Rai Soares entrega narrativas memorialísticas a partir de lembranças das histórias contadas por sua avó e do desejo consciente de expressar aprendizados. Nos contos figuram mulheres negras e ameríndias com suas experiências de moradoras de uma cidade do interior do estado do Maranhão, em uma época em que ainda não havia chegado luz elétrica nem água encanada, e o alimento era plantado e colhido no quintal de casa. Contos que revelam a magia das plantas e narrativas que vão além do que a lógica é capaz de explicar. Na obra estão reunidas histórias de ancestralidade, memória e coletividade.
A apresentação do livro foi escrita pela jornalista e professora Rosane Borges, que afirma: “A escrita de A mulher que pariu um peixe e outros contos fantásticos de Severa Rosa está à altura do conteúdo narrado. Uma escrita sensível, que nos leva a habitar as narrativas de tal modo que nos apossamos das histórias, reelaborando-as no timbre das nossas avós e mães.”
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
Leitura- A Mulher que pariu um Peixe- Rai Soares
terça-feira, 22 de fevereiro de 2022
Leitura - Botchan -Natsume Soseki
Muito bom este livro de Natsume. Apesar de ser do início do século se trata de um romance bem atual retratando um pessoa altamente mimada - como diz o titulo e completamente inconsequente.
Resenha:
Se em seu bem-sucedido livro de estreia, Eu sou um gato (1905), Natsume Soseki satirizou a condição humana pelo olhar de um bichano sagaz, neste Botchan, publicado apenas um ano depois, o autor japonês reafirma o estilo bem-humorado com outra trama sobre diferenças: o choque cultural que opõe a cidade grande e o interior. Mas Soseki não opta pelo caminho mais fácil, pintar um caipira de calças curtas no furacão hostil da metrópole. Ao contrário: em Botchan, o personagem que dá título ao romance é um jovem professor de matemática de Tóquio que, aos 23 anos, aceita partir para uma localidade inóspita nos rincões do Japão, na ilha de Shikoku, a fim de lecionar para aquela que será sua primeira turma de alunos ginasiais.
Habilidade social não é o forte do protagonista, muitas vezes comparado ao Holden Caufield de J. D. Salinger em O apanhador no campo de centeio. Até aceitar o emprego, Botchan tinha passado os últimos três anos vivendo recluso em um cubículo “de quatro tatames e meio”. Seus modos são ríspidos, sua paciência com os outros é limitada, sua impetuosidade vive lhe causando problemas, sua fome é insaciável. No olhar ferino de Natsume Soseki quem se torna alvo da chacota e da maldade dos colegas não é o estudante desengonçado, mas o professor cujo sotaque cosmopolita agride os ouvidos dos alunos da província.
Aprendiz de adulto, Botchan terá de aprender que a vida real pode ser bem menos tranquila do que indicava sua experiência anterior, dividida entre a reclusão e os mimos de uma velha criada da família. No romance, Soseki , que também foi professor na juventude, destila os predicados que lhe deram fama, como a ironia, a escrita fluida e a magistral composição psicológica de personagens. Um clássico da literatura japonesa do século XX, que se mantém até hoje como um dos livros mais populares no Japão.
Leitura- Trilha Estreita ao Confim-Basho
Bashô escreve prosa como poesia. Mérito também do tradutor que conseguiu captar toda singeleza e pureza do poeta. Ler Bashô já é praticar o Zen Budismo tal o seu lirismo. 2a leitura e cada vez mais gosto
Resenha: Dias e noites vagueiam pela eternidade, assim são os anos que vêm e vão como viajantes que lançam os barcos através dos mares ou cavalgam pela terra. Muitos foram os ancestrais que sucumbiram pela estrada. Também tenho sido tentado há muito pela nuvemovente ventania, tomado por um grande desejo de sempre partir.”
O poeta japonês Matsuo Basho (1644-1694) contemplava num harmonioso entardecer uma tranquila lagoa quando uma rã saltando sobre a água rompeu subitamente sua lisa superfície. Não com um forte ruído, mas com um som claro e distinto. Ao ouvir esse som cristalino, o poema fluiu quase que involuntariamente, Basho criaria neste momento o mais famoso de todos os haikais:
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
Leitura- A Guerra Guaranítica -
Excelente esta editora e a coleção . Importante conhecer fatos de nossa história e de lutas que nem sempre foram retratadas da forma correta . Entender nossa história é entender o Brasil
Resenha :
Tropas indígenas dos Sete Povos das Missões (no atual RS) barraram o avanço de portugueses e espanhóis que redesenharam as fronteiras da América do Sul após a assinatura do Tratado de Madri, em 1750. Os rebeldes resistiram até serem derrotados em 1756.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
Leitura -451 no 54
Achei o numero fraco . Poucas resenhas de livros .Muitos livros e artigos sobre discriminação social e inclusão de minorias . Aprecio mais Literatura resenhada . Não que eu não aprecie livros com criticas sociais. Mas fica excessivamente viesado
sábado, 12 de fevereiro de 2022
Leitura- Dora sem véu
Nova leitura de Ronaldo Correia Brito. Um dos melhores escritores atuais. Seu romance retrata a cultura familiar nordestina e nos traz um retrato do Brasil rico de influencias e tradição .Nos faz amar cada vez mais o povo nordestino. Um romance de profundidade literária
Resenha :Autor de Galileia, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, Ronaldo Correia de Brito cria uma narrativa emocionante e multifacetada, de traços dostoievskianos, sobre o amor e a culpa.
Francisca é uma mulher de meia-idade, casada e sem filhos, que decide se aventurar numa romaria a Juazeiro em busca de Dora, a avó que nunca conheceu — e que nem sabe se está viva. Leva consigo Afonso, o marido com um passado obscuro que tenta renegar.
Na caçamba de um caminhão, enfrentam o calor e a sede. Na cidade dos romeiros, a violência e a impunidade. Nesta viagem reveladora, ambos irão enfrentar o amor, as suspeitas e a morte.
Dora sem véu é um livro múltiplo e marcante, genial, de um dos autores mais importantes da literatura brasileira contemporânea.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
Leitura - O Impostor
Muito bom romance este do escritor sul-africano. De certa forma coloca brancos na posição de negros e as discussões raciais numa forma mais de relações sociais que políticas. E principalmente ressalta as ambivalências tanto de negros quanto brancos nos seus discursos quando são colocados em situações limites.
Resenha :Adam Napier perde o emprego devido às cotas pós-apartheid, que colocam uma negra em seu antigo posto de trabalho. Endividado, ele se muda para uma casa abandonada no interior do país com o intuito de retomar sua carreira literária. Porém, as manchas do passado sul-africano se tornarão cada vez mais presentes em sua vida, e sua estada naquela pequena cidade não será tão idílica quanto ele esperava. Após encontrar o inescrupuloso Canning, um ex-colega de escola, e fingir reconhecê-lo, Adam torna-se um impostor sob a ameaça constante da descoberta. Ele se vê num mundo selvagem, onde o sexo e a morte estão sempre próximos a eclodir e a amarga herança do apartheid parece onipresente.
Leitura- Vozes de Batalha - Marina Colasanti
Me pareceu excessivamente pueril. Escrito como se fosse uma sobrinha adolescente de família extremanente rica e sofisticada escrevendo um li...

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Excelente livro de contos indígenas apesar de excessivamente curto. Resenha: Na apresentação do livro Contos indígenas brasileiros, publ...
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Resenha : Ganhador do Prêmio Camões 2012, Dalton Trevisan reedita sua obra de maior destaque com nova capa e um conto inédito, A velha que...