segunda-feira, 28 de março de 2022

Leitura- Vida vertiginosa- Paulo Barreto- João do Rio

                                                  

Adoro João do Rio . Suas crônicas são a cidade do Rio em sua época , retratada da forma mais fiel e crítica . Excelente livro. Nada melhor que sua leitura para entender o Rio da virada do século

Resenha : 

Clássico de João do Rio ganha sua primeira edição anotada, contextualizando histórica e culturalmente o Rio de Janeiro retratado sob o olhar de um dos maiores cronistas brasileiros. Vida vertiginosa é uma das maiores obras sobre a belle époque carioca. Nela, João do Rio lança um olhar investigativo sobre o Rio de Janeiro, então capital de um Brasil em franco processo de modernização. O prefeito Pereira Passos iniciou em 1903 uma série de reformas higienistas, urbanísticas e também de costumes, com o intuito principal de adequar a cidade aos padrões de desenvolvimento europeus. A crônica pioneira de João do Rio é resultado de suas deambulações, sua flânerie, por uma cidade efervescente, em completa transformação.Publicado originalmente em 1911, Vida vertiginosa é o testemunho criativo de um homem que registrava e pensava um mundo novo que apenas se insinuava. Um mundo que, na profunda velocidade que lhe é característica, não parou até hoje de multiplicar-se e acelerar-se na vertigem. A atualidade do livro fala por si só: conduzidos por um dos maiores cronistas brasileiros de todos os tempos, seus leitores e leitoras estão a um passo de descobrirem-se personagens.As 25 crônicas reunidas em Vida vertiginosa abordam temas como a competitividade no ambiente profissional, a realidade paralela vivida nas favelas, o complexo de inferioridade como legado do passado colonial, a decadência do sistema educacional, a crise da privacidade, o feminismo nascente e a importância dada às aparências, aspectos já presentes na sociedade da época.Esta é a primeira edição anotada desse clássico, construída para que leitores e leitoras contemporâneos possam conhecer o contexto histórico e cultural do Rio de Janeiro da belle époque. A edição conta ainda com introdução, cronologia e bibliografia do autor. Todo o material de apoio é assinado por Giovanna Dealtry, pesquisadora e professora de literatura brasileira do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

sexta-feira, 18 de março de 2022

Leitura -451- N# 55

 

A maioria das resenhas de cunho politico -social: minorias de moradias populares, feministas, escritoras afro e politicas. Poucas resenhas como a excelente sobre Bungo Stray Dogs  de Kafka Asagiri e Sango Harukawa. Resenha afinal sobre Literatura apenas .Muitas resenhas de Poetas e a excelente crônica de PRP sobre Rodolfo Walsh.

Leitura- A porta da viagem sem retorno - David Diop


 Bom escritor. Sua escrita eh sensível e emotiva. Passa um que de suavidade na leitura. O livro demora a começar .Porém despois flui de forma legal.


O tráfico de pessoas escravizadas tensiona até nossos dias as relações entre a Europa, a África e as Américas. Em A porta da viagem sem retorno, David Diop encena dramas humanos num período contraditório marcado pelo espírito iluminista e a violência do escravismo.

No leito de morte, o naturalista Michel Adanson – inspirado no homônimo histórico (1727-1806), que elaborou um sistema de classificação das plantas, incluindo a descrição do baobá – se martiriza por não ter contado toda sua história à filha Aglaé. Apesar de ter escrito suas memórias da África e um tratado de botânica, faltou-lhe tornar pública a mais relevante de suas experiências. Num último suspiro, limita-se a murmurar um nome-enigma. Paralelamente, por meio da vida sentimental da Agalé, a obra descortina os jogos de amor e poder na sociedade francesa da segunda metade do século XVIII.

Ler A porta da viagem sem retorno é reencontrar convergências entre o continente africano e o território da diáspora, a exemplo do provérbio Fulbe (“A narrativa é o lugar onde se encontra o passado”) citado pelo linguista senegalês Pathé Diagne e da epígrafe de Viva o povo brasileiro (“O segredo da Verdade é o seguinte: não existem fatos, só existem histórias”) anotada por João Ubaldo Ribeiro.

Diop demonstra que a duração dos eventos depende das narrativas que os personagens tecem uns sobre os outros. Por isso, a palavra que inaugura o mundo se torna o eixo mais potente do romance. É necessário atentar para suas derivações que dão forma ao passado sob perspectivas que exaltam o diálogo entre as culturas ou que fixam, desde fora, a imagem do outro. Ciente dessas oscilações, o autor conduz os personagens por uma teia de viagens, onde cada um espera encontrar o fio da sua própria história.


domingo, 13 de março de 2022

Leitura- Diario de um velho Louco- Junichiro Tanizaki

 



Excelente este livro de Junichiro.Pretendo ler outros. Este livro me pareceu similar ao Armadilha para Lamartine . Também escrito sob a forma de diário e que registra de forma brilhante o cotidiano de uma família de classe média.  Só que Junichiro explora também a figura do protagonista de forma brilhante 



Entre o criativo e rebelde patriarca de 77 anos da família Utsugi e sua nora Satsuko estabelece-se em meio a luzes e sombras um jogo sutil de poder envolvendo, de um lado, o ancião que se empenha em burlar uma vida regrada por remédios, médicos e hospitais e, do outro, a ex-dançarina de casas noturnas, mulher bela e licenciosa, plena de vida, que faz uso de seus talentos naturais para fascinar e controlar o sogro, manipulando-o em prol de interesses pessoais.

A idade do protagonista, ao invés de coibir seus instintos, liberta-os. Com a consciência da aproximação da morte e na posição de quem não tem muito a perder, o velho senhor Utsugi rompe por completo com as convenções sociais e entrega-se de corpo e alma à exaltação de seus prazeres hedonistas. A explicação para tais impulsos, em nada exclusivos da juventude e da meia idade, vem do próprio narrador: “Penso, antes, que o fenômeno tem a ver com a sexualidade de um velho impotente — pois alguma sexualidade existe, mesmo num velho impotente.”

Estas páginas de um dos grandes mestres da escrita japonesa ficarão para sempre como um libelo da sexualidade na velhice demonstrando que, se a velhice é cruel quanto à submissão ao desejo, ela só se torna sinônimo de senilidade para os conformistas, o que certamente não é o caso de Tanizaki.




sábado, 12 de março de 2022

Leitura - Rashomon- Akutagawa

 

Estou no período de leitura japonesa ; Diversos escritores excelentes todos nascidos antes do século XIX. Akutagawa é um dos melhores . Seus contos incríveis nos trazem também um pouco da literatura zen para seus escritos


Resenha :
O LIVRO TRAZ DEZ CONTOS escritos por Ryunosuke Akutagawa, considerado o principal representante do moderno conto japonês. Esta nova edição, cujo texto foi revisto pelas tradutoras Madalena Hashimoto Cordaro e Junko Ota, reúne histórias de diferentes períodos da curta vida do autor, que cometeu suicídio aos 35 anos de idade, e durante a qual escreveu mais de 150 contos, além de poemas. Em Rashômon e outros contos, Akutagawa aborda desde aspectos da cultura ancestral japonesa até a fase contemporânea de seu tempo, a da abertura de seu país à cultura ocidental, incluindo a temática cristã e a crença de que progresso tecnológico alçaria o Japão ao grupo das grandes potências mundiais. Dois de seus contos escritos entre 1923 e 1927, ‘ ‘Passagem do caderno de notas de Yasukichi” e “A vida de um idiota”, são tidos como autobiográficos. O conto “Rashômon” serviu de inspiração para o filme homônimo e uma das obras-primas do famoso cineasta japonês Akira Kurosawa, premiado em 1950 no Festival de Veneza.


domingo, 6 de março de 2022

Leitura- A Batalha

 




Mais um livro sobre a guerra guaranítica. Cem anos antes os guaranis deram uma coça nos bandeirantes e os mantiveram longe da reduções. Quadrinho razoável .


Resenha : Com roteiro da historiadora Fernanda Veríssimo e arte do premiado quadrinista Eloar Guazzelli, uma obra espetacular sobre um episódio decisivo e pouco conhecido da história do nosso continente: a batalha fluvial de Mbororé.

“Esse é um livro que mostra o quão eurocêntricas são as nossas histórias Ocidentais, e como é preciso descolonizar nossa própria imaginação. Leia com urgência.” – Lilia Moritz Schwarcz

É 1756, estamos na redução de São Luís , onde se concentram as forças guaranis, reunidas por caciques que não aceitaram os termos do tratado de Madri e resolveram lutar contra as coroas ibéricas para permanecerem nas reduções. São passados mais de cem anos da batalha fluvial de Mbororé, e há iminência de um novo conflito que colocará novamente frente a frente índios guaranis e tropas espanholas e portuguesas.

Às vésperas desse embate, um cacique e um padre jesuíta contam a um menino índio sobre a vitória acontecida em 1641, quando os guaranis — fugindo dos paulistas, que buscavam escravizá-los — e alguns padres jesuítas organizam a resistência numa curva do rio Uruguai chamada Mbororé. Esta batalha decisiva é recriada de modo extraordinário pelo roteiro de Fernanda Veríssimo e o traço de Eloar Guazzelli. Serão oito dias de combate até a vitória final, quando, forçados a se embrenharem na mata, os paulistas serão caçados pelos guaranis. Prepare seu coração para entrar nessa narrativa ao mesmo tempo trágica e insurgente.

Leitura - Satiricon - Petrônio

 Comédia de costumes tremendamente atual e nos mostra que sexo , casamento , amor , comportamento social , etiqueta são moldados pela época em que se vive .Não existe preconceito em adoção de todo tipo de comportamento pois em algum momento da humanidade o que eh hoje considerado obsceno mal-educado , preconceituoso ou libidinoso já foi considerado ato normal 

Resenha :Eis a mais celebrada obra literária em prosa da Antiguidade a ter
chegado até nós. O enredo de Satíricon começa em Nápoles, numa escola de retórica, na qual um jovem adulador e golpista chamado Encólpio busca, por intermédio do seu professor, Agamenon, ser convidado para um banquete na casa de Trimalquião, um ex- escravo, agora novo-rico. Outras pessoas de índole duvidosa se juntarão a essa verdadeira trupe de homens de pouca moral, encontrando outros personagens – todos eles devidamente parodiados, satirizados, ironizados.


Petrônio viveu no século I, e escassas são as informações sobre sua vida. Teria frequentado e até mesmo trabalhado na corte de Nero como “árbitro do bom gosto”, organizando banquetes e zelando pelo requinte do imperador romano. Porém caiu em desgraça e destilou, em Satíricon, parte do veneno e das críticas que nutria por Nero e seus apoiadores. Parodiando até mesmo o grande Homero, tendo influenciado de Oscar Wilde a F. Scott Fitzgerald, passando ainda por T.S. Eliot e tantos outros artistas, Satíricon é uma das grandes e deliciosas obras literárias que atestam a capacidade do ser humano rir de si mesmo.

Leitura- Nostalgias Canibais - Odorico Leal

Gostei da criatividade dos contos. me pareceu um tanto o quanto pretencioso na escrita . Mas os contos são bons e merecem uma nova fornada R...