terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Leitura- Onde vivem as monstras - Aoko Matsuda

 Razoável o livro. Parece que agora a moda e politicamente correto reescrever sobre outras óticas clássicos da Literatura .Este é mais um exemplo . Nada de mais 




Resenha: Os fantasmas deste livro têm as mesmas características de pessoas que você conhece: podem ser amigos queridos, parentes críticos ou colegas intrometidos que parecem sempre ter tempo disponível para dar conselhos, lições valiosas ou simplesmente nos atormentar. Nesta coletânea de contos, as tradicionais histórias de fantasmas japonesas são reapresentadas sob uma perspectiva feminista. Suas personagens espirituosas – que também calham de ser fantasmas – aparecem sob disfarces inesperados e prestam uma variedade de serviços úteis aos humanos, desde revelar a verdade por trás da morte de um familiar até cuidar de crianças, revender produtos, proteger castelos e combater o crime. À medida que avançamos nos contos, personagens e histórias se entrelaçam, tornando o livro ainda mais rico e intrincado do que imaginamos inicialmente. Em Onde vivem as monstras, os encontros dos mortos com os vivos, por vezes assustadores, também se revelam doces e emocionantes, e levantam, com leveza e bom humor, questões profundas sobre a emancipação e as mudanças recentes na vida das mulheres japonesas. “Onde vivem as monstras é uma das minhas coletâneas de contos favoritas. Os fantasmas estão nos atacando, como Matsuda sabe, e é incrível ver os vivos e os mortos à luz de sua imaginação radiante. Um livro ao mesmo tempo lúdico, alegre e radicalmente subversivo.”Karen Russell, autora de Orange World and Other Stories“ Após a morte, as mulheres selvagens de Matsuda são capazes de se livrar da opressão da sociedade para pregar peças inusitadas. Unindo o grotesco ao cotidiano, a diversão à fábula, este livro surpreende por sua beleza e perspicácia. Você vai querer ler essas histórias repetidas vezes.”Marie-Helene  Bertino, autora de Parakeet“ Os contos misteriosos e fascinantes desta coletânea atualizam as tradicionais histórias de fantasmas japonesas sob um ponto de vista feminista. São histórias sutis, ambíguas e assustadoras na medida certa.”BuzzFeed“ Os fantasmas de Matsuda não são os espíritos monstruosos e vingativos das histórias originais; são pessoas reais, com funções e personalidade próprias, finalmente libertadas das restrições impostas a elas quando vivas. Engraçado, belo, surreal e identificável; um livro fenomenal. ”The Guardian“ Uma trupe de mulheres é enviada do além para ajudar a aliviar a angústia das pessoas no mundo dos vivos. Uma leitura extraordinária.”Hon No Zasshi Sha

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Leitura- As Brasas - Sandor Marai

 

Gostei do livro. Excelente escritor que retrata com maestria um reencontro de amigos para fechar feridas do tempo. Aos poucos vai se desvendando as razões do encontro. 



Resenha:
Dois amigos de infância que não se veem há 41 anos reencontram-se e travam um duelo por Krisztina. Do embate na arte da esgrima os dois evoluem para uma disputa em que a arma são as palavras. Um romance sobre a amizade, a paixão amorosa e a honra.


As brasas é um romance sobre a amizade, a paixão amorosa e a honra. Conta a história de dois homens que não se veem há 41 anos. Foram amigos inseparáveis na infância, mas um dia, em 1899, um deles desapareceu. Algo muito grave aconteceu naquele dia, e é esse o enigma que agora, já no fim da vida, eles vão decifrar. Move-se entre os dois o fantasma de Krisztina, por quem eles travarão um duelo que se inicia como um civilizado jogo de esgrima, mas logo se torna uma luta árdua, embora os duelistas só disponham de uma arma: as palavras.

O húngaro Sándor Márai nasceu em 1900. Exilou-se em 1948, inconformado com a implantação do comunismo em seu país. Em 1979 fixou-se nos Estados Unidos, onde se suicidou. As brasas é sua primeira obra lançada no Brasil."


sábado, 17 de fevereiro de 2024

Leitura- Salvar o Fogo - Itamar Vieira Junior





 A sensação de ler este livro eh de Deja vu. Nao que o livro seja ruim. Mas parece estória já contada. Não empolga


Resenha : A história contada em Salvar o fogo tem várias camadas e muitos significados. Sua força reside na forma habilidosa que Itamar Vieira Junior mescla a trajetória íntima de seus personagens com traços da vida – social, emocional e cultural – brasileira.

Moisés vive com o pai, Mundinho, e sua irmã, Luzia, em um povoado rural conhecido como Tapera do Paraguaçu, às margens do rio de mesmo nome, no interior da Bahia. Os outros irmãos estão espalhados pelo mundo. Tapera é uma comunidade de agricultores, pescadores e ceramistas de origens afro-indígena que vive à sombra do poder da igreja católica (dona de um mosteiro construído no século XVII e detentora do domínio das terras) e dos humores de seus membros religiosos, também suscetíveis à cobiça e às paixões.

Órfão de mãe, Moisés encontra afeto – não livre de algumas escaramuças – com Luzia, uma jovem mulher estigmatizada entre a população por seus supostos poderes sobrenaturais. Para ganhar a vida, Luzia se torna uma diligente lavadeira do mosteiro e passa a levar uma vida de profundo sentido religioso, o que a faz educar Moisés com rigidez. Sua proximidade com a igreja também garante ao menino a formação que os irmãos mais velhos não tiveram. A vida escolar junto aos padres, porém, irá colocar Moisés em contato com experiências que marcarão sua vida para sempre e cujos reflexos podem mesmo estremecer sua relação com a irmã.

Luzia, por sua vez, carrega a recordação dos irmãos que partiram, um a um, em busca de uma vida melhor por não encontrarem na aldeia perspectiva de terra, trabalho e dignidade. Sozinha, teve que cuidar da casa e do irmão, amparar o pai, além de lidar com a violência de uma comunidade que parece esquecer das próprias raízes. Ela ainda alimenta a esperança de reunir a família novamente, especialmente a irmã mais nova, que deixou a casa ainda na adolescência sem nunca ter retornado.

Anos depois um grave acontecimento pode ser a oportunidade para que a família se reúna, e este reencontro promete deixar de lado décadas de segredos, sofrimentos e silêncios.
A história se refaz pouco a pouco, à medida que a desconhecida história da aldeia se revela – descortinando junto com essa história familiar e particular um quadro mais amplo sobre o Brasil e seu povo.

Épico e lírico, com o poder de emocionar, encantar e indignar o leitor a cada nova página, Salvar o fogo nos mostra que os fantasmas do passado de uma família muitas vezes não se distinguem dos fantasmas do país. Uma trama atravessada pelos traumas do colonialismo que permanecem vivos, como uma ferida ainda aberta.



domingo, 11 de fevereiro de 2024

Leitura- 451# 78



Umas das melhores 451 que li. Resenhas fantásticas super- bem elaboradas e que enriquecem nosso conhecimento Literário e do Mundo




Resenha :  #78

FOLHA DE ROSTO
Ferréz — Renato Parada 

FICHAMENTO
Vinicius Calderoni — Iara Biderman 

CRÍTICA CULTURAL
Lançamentos sobre samba e Carnaval — Paulo Roberto Pires

ONDE QUEREMOS VIVER
Exílio contínuo — Djaimilia Pereira de Almeida 
Desportos ocidentais — Humberto Brito 

DESLEMBRAMENTOS
lembro-me de uma casa — Ondjaki 

PERSPECTIVA AMEFRICANA
O jogo do bicho, bicho — Juliana Borges 

LIVROS E LIVRES
Triângulo rosa, de R. Brazda — Renan Quinalha

DESIGUALDADES
Uma breve história da igualdade, de T. Piketty — Pedro H. G. Ferreira de Souza

LAUT — LIBERDADE E AUTORITARISMO
Confrontando o Leviatã, de D. Runciman — Felipe Freller

POESIA
Palindroma, de H. Jahn e C. de Moraes — Fernando Paixão 

PSICOLOGIA
A mulher em mim, de B. Spears — André Alves 

CRÔNICA DE ÓBIDOS
Um rolê literário em Portugal — Paulo Werneck

AS CIDADES E AS COISAS • CAPA
História: Metrópole, de B. Wilson — Bianca Tavolari 
Casa: Arquitetura, sexualidade e mídia, de B. Colomina — Maíra Rosin e Leonardo Novo 
Floresta: Um rio um pássaro, de A. Krenak — Jefferson Barbosa 
Recife: Retratos fantasmas, de Kleber Mendonça Filho — Joice Berth 
Viagem: Montevidéu, de E. Vila-Matas — Gabriela Aguerre 
Praia: Entrevista com A. Pauls — Iara Biderman 

LITERATURA
O gaucho insofrível, de R. Bolaño — Schneider Carpeggiani 
Entrevista com L. Slimani — Adriana Ferreira Silva 

LITERATURA JAPONESA
Doce amanhã, de B. Yoshimoto — Fabiane Secches

REBENTOS – LITERATURA INFANTOJUVENIL
Os filhos da coruja, de G. Ramos — Cristiane Tavares

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Leitura -Maniac - Benjamin Labatut

 


Mais um ótimo livro de Labatut . Construção imagética de Von Neumann. 

Resenha: Um menino-prodígio húngaro se encanta com o tear mecânico que o pai, um rico banqueiro judeu, mostra em casa para a família. A máquina é capaz de produzir tapeçarias automaticamente a partir de cartões perfurados, e o menino percebe que ''qualquer padrão, fosse natural ou artificial, poderia ser decomposto e traduzido para a ''linguagem'' do tear''.
Décadas mais tarde, trabalhando para o governo americano no despertar da Guerra Fria, aquele menino inventaria algo capaz de ''transformar todas as áreas do pensamento humano e agarrar a ciência pela garganta, liberando o poder do cálculo ilimitado'': o primeiro computador digital.
O menino é o matemático John von Neumann, personagem central deste novo romance de Benjamín Labatut. Além de inventar o computador moderno como o conhecemos, Von Neumann contribuiu para os fundamentos da física quântica, teve importante participação no Projeto Manhattan, que desenvolveu a bomba atômica, e foi um dos criadores da teoria dos jogos, que exerceu enorme influência em áreas como a economia e a inteligência artificial.
Ao se debruçar sobre a trajetória conturbada de uma das maiores mentes que o mundo já viu, Labatut está menos interessado em exaltar um gênio particular do que em desvelar as consequências perturbadoras de uma quantificação excessiva do mundo, que em Von Neumann tinha a contrapartida de uma ''quase infantil cegueira moral'', capaz de ver inevitabilidade lógica no apocalipse nuclear ou na nossa substituição por máquinas autorreplicantes que se espalhariam pelo cosmo.
Narrado do ponto de vista de uma ampla galeria de figuras reais que determinaram os rumos do conhecimento no último século, e trazendo a hipnotizante modulação entre realidade e invenção que deu fama mundial a Labatut, MANIAC é um thriller sobre o passado e o futuro de uma humanidade que teve a alma capturada pelo feitiço das operações matemáticas. Não por acaso, os eletrizantes capítulos finais, em que humanos e computadores se enfrentam em partidas de go pela supremacia das faculdades do raciocínio, têm algo da tensão pesarosa de um julgamento.

Leitura- Nostalgias Canibais - Odorico Leal

Gostei da criatividade dos contos. me pareceu um tanto o quanto pretencioso na escrita . Mas os contos são bons e merecem uma nova fornada R...