segunda-feira, 29 de julho de 2024

Leitura - O Cerco -Alejo Carpentier

 



Resenha :Nessa pequena obra-prima ambientada na Havana do início da década de 1930, os protagonistas conhecem uns aos outros, mas desconhecem a trama diabólica que os une.Expoente máximo da prosa erudita e elegante do cubano Alejo Carpentier, esta novela breve nada tem de singela. Pelo contrário: seus desdobramentos, implicações e alusões são inúmeros e escondem significados que somente a melhor literatura é capaz de engendrar.O cerco — cuja ação, que dura pouquíssimas horas, se desenrola em uma Havana mergulhada na incerteza após a queda do ditador Gerardo Machado em 1933 — apresenta dois personagens que à primeira vista não têm qualquer relação. Um deles, encarregado da bilheteria de um teatro, é aficionado por música e antagonista dos ricos incultos que frequentam os concertos. Outro, ex-integrante das fileiras da luta comunista, é um desgarrado que procura desesperadamente o melhor jeito de escapar de uma Havana que parece como que sitiada — e o cerco, numa contagem regressiva que se torna cada vez mais frenética e sufocante, começa a se fechar sem qualquer piedade contra ele.Nas periferias e sombras por onde se movem esses personagens misteriosos, o sórdido e o sublime se mesclam numa espécie de concerto: um crescendo que se desenrola em um tempo bem marcado até chegar ao seu ápice, a um desfecho tão esperado quanto imprevisível.“Havana, com seus esplendores e misérias, é metáfora de um palco em que o fracasso, a solidão e a culpa dos protagonistas encenam mais uma tragédia do Teatro do Mundo. Uma leitura atenta une os fragmentos dessa narrativa, em que a erudição e a linguagem exuberante são indissociáveis do estilo do grande escritor cubano.” — Milton Hatoum

Leitura - Registro do Historiador - Xiang YU


A tradução é ruim e o excesso de nomes leva a uma confusão para o claro entendimento da evolução da história. O ideal seria ter um mapa da China com indicações e um organograma das pessoas de cada clã

Resenha : "Registros do Historiador: Xiang Yu e Liu Bang", de Sima Qian, é uma obra-prima intemporal da literatura histórica chinesa. Esta obra, escrita no século 1 a.C., faz parte do monumental "Registros do Historiador" de Sima Qian e se concentra nas figuras lendárias de Xiang Yu e Liu Bang durante a tumultuada era da Contenção Chu-Han.

Nestas páginas, os leitores são transportados para um período crucial na China antiga, onde senhores da guerra e estadistas disputavam poder e influência. O conto épico da rivalidade de Xiang Yu e Liu Bang, suas campanhas militares e seus estilos de liderança contrastantes fornece uma janela vívida para a dinâmica política, social e militar da época.
A pesquisa meticulosa e a habilidade narrativa de Sima Qian brilham enquanto ele tece uma história convincente de ambição, heroísmo e as consequências do poder. Este relato histórico não só oferece informações sobre a China antiga, mas também serve como um testemunho do fascínio duradouro do drama humano e da busca pelo poder. "Xiang Yu e Liu Bang" continua sendo uma leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada na rica tapeçaria da história chinesa e seus personagens maiores do que a vida.

domingo, 28 de julho de 2024

Leitura- Outono de Carne Estranha- Airton Souza




Muito bom romance .Lembra muito Pedro Juan Gutierrez pela crueza na abordagem sexual. Porém capta como Juan de forma brilhante um grupo social com características próprias.


Resenha :Romance vencedor do Prêmio Sesc 2023, Outono de carne estranha nos convida a mergulhar nas lamas de Serra Pelada, combinando as memórias do garimpo e a ficção. Com sua escrita sensível e perfurante, Airton Souza conta a história de amor entre os garimpeiros Zuza e Manel, em um território de embrutecimento dos homens e da terra.



Outono de carne estranha, do paraense Airton Souza, se passa no contexto da famosa e trágica Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, explorada por milhares de homens na década de 1980. Nessa terra fragmentada pelas enxadas, marcada pela ganância e pela violência, o romance mescla fatos históricos e ficção para contar a história de Zuza e Manel, dois garimpeiros que se apaixonam, e Zacarias, um padre angustiado diante da própria batina. Os três protagonistas tentam, a todo custo, bamburrar: encontrar uma grande quantidade de ouro e, assim, ganhar a vida.

A escrita de Airton fala as línguas do norte e do garimpo para adentrar um pedaço da história brasileira que, até hoje, pouco foi abordado pela literatura – Serra Pelada. A terra úmida, os desabamentos e o cheiro do garimpo são cenário de uma história em que talvez já não existam fronteiras entre o sagrado e o profano, entre a morte e o erotismo – constantes dualismos enfrentados pelos personagens. Apesar de a obsessão pelo ouro e a truculência dos que comandam o garimpo criarem uma atmosfera violenta, assassina e solitária, a ternura narrativa abraça seus personagens para que, de algum modo, escapem à asfixia da repressão, permitindo que amem e sejam amados. Não é à toa que, para os escritores Joca Reiners Terron e Suzana Vargas, que assinam a orelha do livro, a paixão entre Zuza e Manel representa “o amor que encarna a peleja de existir em meio a um grupo moralmente doente, seja pela ambição ou pelo fanatismo”.



“Outono de carne estranha é um épico minimalista sobre o sonho do ouro em Serra Pelada, antigo garimpo no sudeste do Pará, sobre a homoafetividade em território inóspito e a violência decorrente disso, com protagonistas comoventes e um lirismo à flor da pele coberta de suor e lama.” - Joca Reiners Terron e Suzana Vargas

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Leitura- Terra Alta - Javier Cercas






Um dos melhores escritores de romance policial que já li. E li praticamente todos os grandes . 

Resenha: Um terrível crime assola a pacífica comarca da Terra Alta: os proprietários da maior empresa da região, a gráfica Adell, aparecem assassinados, e seus corpos indicam que foram vítimas de longas e atrozes torturas. O jovem policial Melchor Marín é o encarregado local pelas investigações. Vindo de Barcelona para a Terra Alta há quatro anos, Melchor esconde um passado sombrio, graças ao qual se tornou uma lenda entre seus colegas de corporação. Mas a Terra Alta mostrou-se algo além de um refúgio: Melchor se apaixona pela bibliotecária da vila, e com ela tem uma filha chamada Collete – como a de Jean Valjean, o protagonista de seu romance favorito, Os miseráveis. Terra alta é um romance ágil, repleto de personagens memoráveis a escrito com a maestria típica de um dos maiores autores contemporâneos. Traz uma lúcida reflexão sobre o valor da lei, a possibilidade de justiça e a legitimidade da vingança, mas, acima de tudo, sobre a epopeia de um homem em busca de seu lugar no mundo.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Leitura- Menino de Engenho - José Lins do Rego

 

Releitura do clássico de Rego. Li quando era muito novo mas o livro continuou fresco na memória por conta da qualidade literária

Resenha :

Primeiro romance de José Lins do Rego, Menino de engenho traz uma narrativa cativante composta pelas aventuras e desventuras da meninice de Carlos, garoto nascido num engenho de açúcar. No livro, o leitor se envolverá com as alegrias, inquietações e angústias do garoto diante de sensações e situações por ele vivenciadas pela primeira vez. Publicado originalmente em 1932, o romance comprova, sem sombra de dúvidas, o talento monumental de um escritor, cuja obra nortearia os rumos do moderno regionalismo brasileiro.

A edição agora publicada pela Global marca o ingresso do autor em sua nova casa editorial. O projeto gráfico de capa e a ilustração são assinados por Mauricio Negro. O texto de apresentação, especialmente encomendado para a esta edição, é de autoria de João Cezar de Castro Rocha, professor titular de Literatura Comparada da UERJ.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Leitura- Nostalgias Canibais - Odorico Leal


Gostei da criatividade dos contos. me pareceu um tanto o quanto pretencioso na escrita . Mas os contos são bons e merecem uma nova fornada


Resenha : Um Macunaíma canibal atravessa séculos e estados brasileiros, deixando-se levar pelos arroubos de cada época enquanto tenta saciar sua fome. Dois gatos tecem críticas à trajetória da dona e especulam sobre o futuro, dentro de um apartamento do qual provavelmente serão despejados. Um rapaz em crise com a própria feiura lê Umberto Eco e estuda para um concurso em Fortaleza. Uma jornalista entrevista um escritor amargurado para entender os Getulinhos, novo fenômeno político do país. No apartamento de sua namorada editora — que sempre dá um jeito de fugir de São Paulo —, um músico rega begônias e jiboias enquanto tenta se haver com uma vizinha barulhenta.


Revisitando a história do Brasil, do período colonial até a recente polarização dos embates políticos, o livro de estreia de Odorico Leal tateia com humor temas sensíveis, em diálogo com a sátira e o farsesco. Enquanto certa nostalgia celebra nossa memória artística, vemos despontar um futuro imaginado e disruptivo que promete um acerto de contas com o passado. Estas novelas e contos dão a ver a habilidade narrativa de Leal, que experimenta os terrenos entre o realismo e o fantástico com gestos originais, atento aos usos e metamorfoses do idioma. Nostalgias canibais é um livro fértil, vertiginoso, que revela um novo talento da literatura brasileira.

Leitura- Vozes de Batalha - Marina Colasanti

Me pareceu excessivamente pueril. Escrito como se fosse uma sobrinha adolescente de família extremanente rica e sofisticada escrevendo um li...