domingo, 8 de junho de 2025

Leitura- Ermos e Gerais -Bernardo Élis

 


Excelente livros de contos .Não conhecia Bernardo o que era uma falha enorme . Traz as visões de um Brasil verdadeiro e culturalmente rico

Resenha : Bernardo Élis nasceu em Corumbá de Goiás, em 1915. Em 1924, menino, presenciou, na sua terra natal, a marcha dos revoltosos de Prestes. Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro em 1944. A dimensão do político, conhecida por acaso, converte, mais tarde, o jovem escritor num ficcionista engajado. Desse modo, a partir da sua região, Bernardo Élis produzirá uma literatura permeada pela realidade humana e social. Ermos e gerais, de 1944, seu livro de estréia, situa-se no que podemos denominar um regionalismo que segue o paradigma do romance de 30. As suas narrativas compreendem casos, fábulas típicas em linguagem típica, que ilustram a fala e a conduta de um grupo apartado dos centros de decisão. São narrativas que encenam histórias num espaço aberto, desabitado, e num tempo degradado, sem grau, sem qualidade, sem dignidade. Ao lado de Bernardo Élis, nessa época, década de 40 do século passado, encontraremos escrevendo também uma literatura com marcas regionais: Herberto Sales, Francisco Martins, Dalcídio Jurandir, Jorge Amado, José Condé, José Lins do Rego, Adonias Filho, Guimarães Rosa e, logo depois, na década de 50, Mário Palmério e J. J. Veiga."


sexta-feira, 30 de maio de 2025

Leitura- Mais forte que a espada volume 1 -Hiroshi Hirata

 



Mais um excelente manga de Hirata .a impressão que temos é que ele está anos a frente de seu tempo na criação de personagens e na forma de contar , aliando informação histórica com a cultural do Japão feudal


Resenha :

Por que as pessoas fazem guerra? Como governar um território sem ser na base do medo? Vivendo no Período Sengoku (1467 – 1615), o mais longo período japonês de guerras civis, esses são os questionamentos que Hisa e seu filho Matataro Shimizu se fazem o tempo todo, buscando encontrar aquilo que é MAIS FORTE QUE A ESPADA! Hiroshi Hirata, o maior mestre dos mangás de samurai ambientados no passado do Japão, está de volta ao Brasil com mais uma de suas consagradas séries baseadas em fatos históricos. Em meados da década de 1540, Hisa, uma jovem criada para ser a dedicada esposa de uma família nobre, se casa com Yasuhide Shimizu (1532 – 1591), destinado a se tornar o soberano e general da província de Izu, a serviço do clã Hojo. Não tarda a comprovação de que sua nova vida não terá nada de pacata, quando a festa de casamento sofre um atentado, e que fazer parte de uma família de senhores de terra a colocará em meio a intrigas e derramamento de sangue. A partir de então, ela se revela uma mulher de pulso firme e força física avassaladora, capaz de lutar contra adversários masculinos em pé de igualdade e até deter sozinha um boi enfurecido. Contudo, força bruta e violência não são a resposta para tudo, e Hisa vai aprender a duras penas como apoiar ou contestar seu companheiro ― que carrega o peso de ter que atender ao chamado de seu superior para a guerra―, além de lidar não apenas com a criação de seus filhos, como também com a segurança e bem-estar dos habitantes de seu território, que se encontram sob sua responsabilidade enquanto Yasuhide se ausenta para batalhar. Mais Forte que a Espada: Kairiki no Haha é um clássico gekigá (mangá de temática realista), publicado originalmente no Japão de 1993 a 1996 e agora apresentado aos leitores brasileiros em uma coleção fechada de dois volumes, com sobrecapa com verniz localizado, papel polén de alta gramatura, miolo colado e costurado para o melhor manuseio na leitura, e marcadores de páginas exclusivos


sábado, 24 de maio de 2025

Leitura- Histórias Caipiras - Vários autores - Cornélio Pires

 



Excelente livro. Todo brasileiro devia conhecer este outro dialeto derivado de nossa língua .Estórias que resgatam a cultura caipira tão mal afamada injustamente



Resenha : O volume ''Histórias Caipiras reúne sete textos que retratam a cultura caipira, assinados por grandes escritores: Cornélio Pires, Afonso Arinos, Hugo de Carvalho Ramos, Valdomiro Silveira, Mário de Andrade, João Alphonsus e Bernardo Élis. Originárias de três estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais e Goiás – as histórias dão ao leitor uma amostra significativa de como a figura do caipira, tão estereotipada, mas de importância central na formação do povo brasileiro, apareceu nas páginas de nossa literatura.

Leitura- Contos Gauchescos - Simões Lopes Neto

 



Muito bons contos. Mostra a riqueza cultural do Brasil. Escrito num quase dialeto e trazendo a cultura dos pampas de forma inigualável 

Resenha : Com um estilo inigualável, Simões Lopes Neto (1865-1916) impõe-se como um dos grandes nomes da literatura rio-grandense. Sua contribuição estende-se à literatura brasileira, pois vê a questão do regionalismo sob uma outra ótica; aproveita-se da passagem típica, do linguajar pitoresco, da construção das personagens para construir seu regionalismo. Porém, o elemento marcante de sua obra é a exploração dos conflitos vivenciados pelo gaúcho que, afinal, são situações paradigmáticas experimentadas por todos os homens, independente de sua nacionalidade e classe social. Nesse sentido, Simões Lopes torna-se universal.

Contos gauchescos & lendas do Sul são verdadeiros clássicos da literatura brasileira. Contos gauchescos foi lançado pela primeira vez em 1912 e Lendas do Sul em 1913.

Magníficas histórias que mostram um Brasil tão fascinante quanto o Brasil de Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos e outros monstros sagrados que, com sua arte, contribuíram para que este imenso país se tornasse conhecido por todos os brasileiros.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Leitura- O novo preço da desonra -Hiroshi Hirata

 




Mais um excelente mangá deste mestre do desenho . Recomendo tanto pelo traço como pela recuperação histórica feudal do Japão . 



Resenha :

Com  O Preço da Desonra: Kubidai Hikiukenin , Hiroshi Hirata, o mestre do jidaigeki ― como é conhecido o gênero que lida com dramas de época no Japão ―, impressionou os leitores brasileiros com seu traço preciso e dinâmico, e histórias sobre samurais ao mesmo tempo fascinantes e cruéis, capazes de transformar nossas percepções a respeito dessa mítica figura. E esse foi apenas seu primeiro trabalho a chegar ao Brasil! Logo, se seguiram duas de suas maiores obras-primas:  Satsuma Gishiden: Crônicas dos Leais Guerreiros de Satsuma  (3 volumes) e  Mais Forte que a Espada  (2 volumes).

Agora, é hora de retornarmos ao primeiro trabalho do mestre lançado aqui e conhecermos a continuação da saga de Hanshiro, o tomador de promissórias, com  O Novo Preço da Desonra: Shin Kubidai Hikiukenin !

Em 1997, Hirata revisitou seu famoso personagem e o publicou em uma nova serialização na revista mensal Afternoon, da Editora Kodansha. Foi com os capítulos desta obra que ele se aventurou, pela primeira vez, no meio digital de desenhar páginas de mangás, alcançando resultados inimagináveis para o período.

E, em 1999, saiu no Japão a edição encadernada deste clássico, contudo, em tal volume de 270 páginas, um dos capítulos serializados acabou ficando de fora, de modo que nunca se viu um álbum completo de Shin Kubidai Hikiukenin... até agora!!!

Pela primeira vez no mundo, o volume encadernado completo deste mangá está lançado! O editor e pesquisador japonês, Mitsuhiro Asakawa, recuperou todos os capítulos, todas as artes coloridas e ainda uma arte de capa inédita!

Este lançamento é uma homenagem de Asakawa e da Pipoca & Nanquim a Koichi Yuri, lendário editor que cuidava das obras de Hirata e outros grandes autores, que faleceu em 2018 sem poder ver O Novo Preço da Desonra: Shin Kubidai Hikiukenin lançado de forma completa, em 364 páginas.

O mangá vem no padrão luxuoso do selo Drago, com sobrecapa com verniz localizado, capa cartão de alta gramatura, marcador de página, miolo colado e costurado para melhor manuseio das páginas e glossário exclusivo da edição nacional. Mais uma obra-prima para a coleção de Hiroshi Hirata no Brasil.



sexta-feira, 16 de maio de 2025

Leitura- Nossa Tereza - Micheliny Verusnchk

 





Ja havia lido este livro tem bastante tempo. Ja li outros livros dela . Boa escritora . Mas este 1o livro me parece estranho : na forma da escrita , no jeito de contar e no tema . Por isto te exige ler até o fim .


Resenha: Micheliny Verunschk é conhecida pela sólida voz poética. Nesse romance de estreia, no prosaico, na história da vida, a poeta também chega para ficar. A personagem Teresa é uma adolescente cujos desejos quase não chegam a sê-los, pois são espontaneamente saciados de saída, como os anseios dos anjos, por isso são anjos. A moça é vidente, opera milagres e vai surgindo líquida, contada por um velho que resiste em dá-la de todo para o leitor. Mas ela chega cada vez mais perto, beatificada pelo Papa e trazendo sim um desejo que a tentou até sua realização, o suicídio. A família tenta esconder, não a vê como santa, o problema é "que é assim que se comportam as notícias de morte, caminhos de pólvora a estalar em alta velocidade". O velho narrador nos lembra: "tenta se esconder até mesmo o que é mais óbvio, o suicídio de Jesus, em Jerusalém, durante aquela longínqua Páscoa de que até hoje se tem notícia". Teresa é filha de pais ateus, que dos milagres operados pela filha nunca tiveram olhos para ver. O pai é leitor de William Faulkner e esconde o sonho de ser um músico virtuoso, a mãe é atleta e ambos são cultores da liberdade, ambos enterraram a filha debaixo dos olhos de quem crê ou não, ali na indiferença da terra que come ladrões, moscas ou santas. O tema da herança já estava no trabalho de Micheliny Verunschk, o vemos no seu livro de poemas, o aclamado Geografia íntima do deserto: "O meu pai/ possuía uma das asas/ muito negra./ E dele herdei/ estas estrelas na testa/ e esta noite excessiva". Aqui, nesse romance arrebatador, acompanhamos o luto da terra que chora de barriga cheia, alimentada por mais suicidas do que assumimos. O narrador reza, mesmo cansado, pois o suicídio é pecado para os homens, não para Deus, para isso agora ele tem uma padroeira. Verunschk olha bem nossos olhos e esclarece devagar: pecado é a santidade. 

Andrea del Fuego 

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Leitura- Antologia do Conto brasileiro-org: Douglas Tufano







Muito boa leitura- Alguns autores foram para mim uma grata surpresa: Simões Lopes Neto , Bernardo Élis e Valdomiro Silveira

sábado, 10 de maio de 2025

Leitura - 451 N# 93

 

Resenha: 

Virginia Woolf, a poeta da prosa • Nara Vidal passeia pelas origens de Mrs Dalloway, romance escrito há cem anos; Leonardo Fróes escreve sobre a genialidade das invenções harmônicas de Woolf; Ana Carolina Mesquita analisa os diários da escritora britânica e suas traduções; e Marcella Franco assina uma reportagem sobre a atualidade de sua obra. Arte da capa: Jeanne Detallante.

Mais: o centenário de Rubem Fonseca, entrevista com a poeta vencedora do Pulitzer Tracy K. Smith e uma crônica de Otávio Haddad Cury sobre a Síria pós-Assad.

Eve Babitz • Tati Bernardi • Vincent Bevins • Izabella Cristo • Madalena Sá Fernandes • Keigo Higashino • bell hooks • Vincenzo Latronico • Manuel Marsol • Luiz Schwarcz • Elvira Vigna • Kael Vitorelo • Cornel West

sábado, 26 de abril de 2025

Leitura- Os Borgias - Alexandre Dumas

 

Escolhi este livro para conhecer Dumas. Muito bom . Este tipo de escrita literária me agrada . Temos um excelente representante : Samir Machado de Machado que não deixa nada a desejar .Muito boa construção histórica 



Resenha :
Simonia, traição, corrupção, crueldade, assassinato... Os Bórgias são vilões tão fascinantes que é impossível não ficar interessado na história. Originária da Espanha, considerada uma das famílias mais poderosas do período do Renascimento, o clã se estabeleceu em Roma, sede da Igreja, onde firmou relações de poder por meio dessa instituição religiosa. Ali, os Bórgias acumularam fama, fortuna, escândalos e histórias sombrias, contadas neste livro, de forma magistral, por Alexandre Dumas.

Leitura-Pátria - Fernando Araburu


Vi a serie e não li o livro apesar de tê-lo comprado . Ver a série me fez desistir por sem bem fiel ao livro. Vendo duas séries seguidas sobre movimentos terroristas fica claro como estes movimentos só trazem desgraças , assassinatos cruéis , vingança disfarçada de luta armada e arrependimento em sua maior parte por ter adotado tal caminho . Os males provocados são tantos e que nao são percebidos pelos jihadistas que pregam este tipo de credo que não leva a absolutamente nada exceto á violência gratuita 

Resenha :

 Fenômeno editorial espanhol, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos em sua língua original, narra a história de duas famílias separadas pela violência do grupo terrorista ETA

Bittori e Miren eram muito amigas, pensaram até em entrar juntas para o convento. Os anos se passaram, as duas casaram, vieram os filhos, mas a amizade só se intensificou. Foi preciso uma força descomunal para colocar uma contra a outra: o terrorismo praticado pelo ETA. Quando o marido de Bittori é marcado para morrer, a tensão se espalha pela pequena vila basca e Miren é levada a se radicalizar ao ver um dos filhos entrando para o grupo separatista. Tudo pareceu de certa forma resolvido depois que Bittori foi obrigada a deixar seu lar às pressas em virtude do assassinato do marido. Por isso, quando o ETA anuncia o fim da luta armada, anos depois, ela resolve voltar à vila para um acerto de contas com o passado. Ignorando as advertências dos filhos, está disposta a descobrir os pormenores do crime que a deixou viúva e dar uma resposta à própria condenação como pária.

Numa narrativa ágil, Fernando Aramburu explora as marcas do luto dos familiares das vítimas e do sofrimento dos militantes manipulados, perseguidos e presos. Numa história sem mocinhos nem vilões, o autor revela o quão difícil é superar um trauma tão arraigado, como às vezes esquecer é impossível, e como o perdão e a reconciliação são essenciais para curar uma comunidade dividida pelo fanatismo e pela violência política.

Leitura - Na Ponta da Língua - Caetano W Galindo

 

Galindo com seus livros nos ajuda a abrir a mente para a beleza da linguagem humana. Como foi de desenvolvendo e se espalhando . Livro fundamental para entender melhor o ser humano 


Resenha :

Na ponta da língua não busca ser um mero guia de etimologia. Mais do que ensinar ao leitor a origem das palavras, Caetano W. Galindo ― autor de Latim em pó , êxito de crítica e público ― nos dá as ferramentas para que possamos, também, ser investigadores do nosso português.

Tendo o corpo humano como base, numa jornada que vai da cabeça aos pés, Caetano W. Galindo nos ensina os processos históricos que explicam por que nosso pescoço deixou de ser “poscoço” e a ligação inusitada entre o joelho e uma almofada. Enquanto nos divertimos com o humor constante de sua prosa, que corre quase como uma performance cômica, mal notamos que estamos aprendendo os complexos mecanismos que regem as mudanças da língua ao longo dos séculos e os processos ocultos por trás da formação das palavras. Ao final da leitura, nunca mais olharemos um diminutivo “inho” da mesma forma. Uma aula magistral de etimologia sem a menor dor de cabeça ― que, aliás, vem do latim capitia e tem a mesma origem de “chefe”.

“Galindo não fala só de linguística: ele escreve livros de aventuras.”  ― Tom Zé

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Leitura- 451 N#92







Resenha : 

Entre amigas • Chimamanda Ngozi Adichie retorna ao romance com A contagem dos sonhos. Em entrevista, a escritora nigeriana fala sobre conexões entre mulheres, homens e política.Mais: um ensaio de Anne Carson; os cinquenta anos de Lavoura Arcaica; o primeiro clube do livro para pessoas cegas no Brasil.Tati Bernardi • Julia Codo • Sérgio Costa • Adrian Daub • Lana Del Rey • Florbela Espanca • Éric Fassin • Silvia Massimini Felix • Kazuo Ishiguro • B. Kucinski • Kaio Phelipe • Richard Powers

Arte da capa: Andrea Ventura

quinta-feira, 27 de março de 2025

Leitura- Vozes de Batalha - Marina Colasanti





Me pareceu excessivamente pueril. Escrito como se fosse uma sobrinha adolescente de família extremanente rica e sofisticada escrevendo um livro sobre Titia. Deslumbrada com o trafego nos ambientes da alta burguesia. Pesquisa profissional sobre familiar mas pouco criativa e parecendo mais trabalho encomendado de empresa . Trabalho mais jornalístico que literário. Rui Castro mostra como fazer este tipo de trabalho.


Resenha:  Em Vozes de batalha, Marina Colasanti traz um delicioso retrato da sociedade carioca das décadas de 1920-40, tendo como ponto focal a intimidade do casal Henrique Lage e Gabriella Besanzoni. Ele, brasileiro e um dos maiores magnatas de nossa história, grande empreendedor e responsável por avanços significativos na infraestrutura do país em seu tempo. Ela, italiana e cantora lírica, contralto de enorme sucesso na Europa e na América Latina. Juntos, moldaram o círculo social e cultural da então capital do Brasil, vivendo naquele que hoje é um dos cartões postais mais emblemáticos do Rio de Janeiro: o Parque Lage, à época Quinta Gabriella, palacete construído por Henrique para sua amada. Marina, sobrinha-neta de Gabriella, mudou-se para o Brasil – e para o palacete – em 1948. Considera este livro “o cumprimento de uma promessa nunca feita”, seu “testemunho de gratidão” a essa impressionante mulher que foi Gabriella Besanzoni.

quinta-feira, 20 de março de 2025

Leitura- O Colibri -Sandro Veronesi

 





LIVRO VENCEDOR DO PRÊMIO STREGA 2020
Apenas dois autores ganharam duas vezes o Prêmio Strega, Sandro Veronesi é um deles.

Ambientado em Florença e em outras pequenas cidades italianas, O colibri é a história de quatro gerações da família Carrera. O ponto de vista é o de Marco, filho médico do casal Letizia e Probo, irmão de Irene e Giacomo, pai de Adele e avô de Miraijin.

Marco Carrera é o colibri, um homem com uma habilidade quase sobrenatural de pairar, permanecer firme, sem perder o ânimo em meio ao caos de um mundo em constante transformação, de uma vida com alegrias, mas também coincidências fatais, perdas atrozes e amores absolutos.

Sandro Veronesi constrói, de modo não linear, a saga familiar dos Carrera. A história, contada por meio de diversos gêneros - cartas, documentos, e-mails, chamadas telefônicas, conversas de WhatsApp -, transita por memórias que vão dos anos 1970 aos dias atuais, aventurando-se até a audaciosa projeção de uma década.

Permeado por traições, incomunicabilidades, questões geracionais e de saúde mental, resiliência, superações, doenças, morte e amor, este é um romance emocionante sobre a necessidade de olhar para o futuro com esperança; um retrato da existência humana, das vicissitudes e dos caprichos que nos impulsionam e, em última instância, nos definem.

“O colibri é um romance magistral, um mosaico de amor e tragédia, brilhantemente concebido. [...] É um gabinete de curiosidades e delícias, repleto de pequenas maravilhas, estranhas e repentinas reviravoltas, insights equilibrados e pontos de referência cultural incomuns.”
Ian McEwan

“Amo O colibri. Uma verdadeira obra-prima. Um livro engraçado, comovente e profundo que me fez chorar como uma criança na última página.”
Leïla Slimani

“O colibri é um feito memorável, um verdadeiro presente para o mundo.”
Michael Cunningham

“Há algum tempo sei que Sandro Veronesi é um dos mais habilidosos e profundos contadores de histórias italianos dos últimos trinta anos. Mas O colibri é a prova decisiva de sua sensibilidade, de sua extraordinária força como escritor.”
Domenico Starnone

quarta-feira, 19 de março de 2025

Leitura- 451 N# 91

 


Indice: 

Mulheres que correm o mundo • Bernardine Evaristo fala sobre sua “fusion fiction” e seu interesse pela diáspora africana em entrevista a Adriana Ferreira Silva; Tamara Klink compartilha trechos inéditos do seu diário de bordo da invernagem no Ártico; Miranda July percorre a estrada da perimenopausa, por Branca Vianna; e Sónia Serrano reúne biografias de viajantes ao longo da história, por Paula Carvalho.

Jutta Bauer • Thomas Bernhard • Angélica Freitas • Lilia Guerra • Lira Neto • Martha Nowill • Hiroko Oyamada • Sophia Rosenfeld • Gonçalo M. Tavares • Sol Undurraga

Mais: uma coluna de Paulo Roberto Pires, que percorreu 9 mil km para visitar o castelo onde Michel de Montaigne inventou o ensaio; os relatos de quem habitou o complexo psiquiátrico do Juquery; e uma crônica de Stênio Gardel sobre a livraria da sua infância em Limoeiro que não existe mais.

Colagem da capa: Isadora Bertholdo

quarta-feira, 12 de março de 2025

Leitura- A outra Guerra de Troia -Dictys e Dares





Uma outra visão da mesma guerra por quem acompanhou de perto os eventos .  

Resenha :Os relatos de Dictys e Dares sobre a Guerra de Troia, da qual falamos há 3 milênios, trazem novos elementos que não se encontram em Homero. A Ilíada de Homero termina com o funeral de Heitor, mas este livro vai além. Dois relatos militares, sem a presença dos deuses, da guerra mundial que marcou o real nascimento da identidade grega. Dictys, que lutou do lado dos gregos, relata a luta pelo controle do exército por Palamedes (que sequer é mencionado em Homero) e por Aquiles contra Agamemnon. Além disso, esclarece por que Odisseu levou 10 anos para voltar para a ilha de Ítaca. Dares, que lutou para defender Troia, descreve a primeira destruição de Troia por Jasão e Hércules, o rapto de Helena, as articulações diplomáticas entre troianos e gregos, bem como a razão pela qual Agamemnon expulsa Eneias de Troia.

domingo, 9 de março de 2025

Leitura- Congresso de Literatura -Cesar Aira

 




Resenha :César é um tradutor que vive no aperto devido à crise econômica global. Ele também é escritor e um cientista maluco empenhado em dominar o mundo. Ao passear pela praia, este protagonista resolve intuitivamente o antigo enigma do Fio de Macuto, encontrando um tesouro pirata e se tornando um homem muito rico. Mesmo assim, sua tentativa de dominar o mundo vem em primeiro lugar e, por isso, ele segue para um congresso de literatura em Mérida, na Venezuela. Lá, ele pretende se aproximar do homem que, ao ser clonado milhares de vezes, formará o seu exército da vitória: o escritor mexicano de renome mundial, Carlos Fuentes. Uma fantasia cômica de ficção científica de primeira ordem, esta novelinha é o veículo perfeito para César Aira assumir o controle da literatura no século 21.

A edição conta ainda com um posfácio inédito da escritora e pesquisadora Ieda Magri.


sábado, 8 de março de 2025

Leitura- De Onde eles vem - Jeferson Tenório

 

Jeferson eh um dos grandes escritores contemporâneos do Brasil. Escrita fluente apesar de altamente critica e profunda. Clarifica exatamente o título no romance. 


Resenha : Após episódios de censura e duzentas mil cópias vendidas de O avesso da pele, o novo romance do autor vencedor do prêmio Jabuti. Com a lei de cotas raciais como tema, uma história sobre preconceito e luta, exclusão e sonho.

De onde eles vêm tem como pano de fundo o ingresso dos primeiros cotistas na universidade brasileira. Na história, que se passa em Porto Alegre, por volta dos anos 2000, acompanhamos o despertar racial do narrador, Joaquim, em meio a um ambiente hostil.
Órfão, tendo que cuidar da avó doente, desempregado e sem dinheiro, Joaquim busca a todo custo manter seu amor pelos livros e pela literatura. Romance de formação de um leitor, este é o retrato de uma jornada feita de obstáculos num momento em que políticas para amenizar desigualdades eram vistas como problema, não como possibilidade de solução.

“Uma obra fundamental para entender o Brasil contemporâneo e, principalmente, para a compreensão do que é ser negro neste desenho de país em que as questões étnico-raciais eclodem como marcadores nas relações interpessoais e com o Estado. A Lei de Cotas, tão atacada por um debate público por vezes raso e permeado por todos os ranços de uma nação fundada em bases excludentes, ganha corpo e rosto na trama. Quem sabe a ficção, mais uma vez, venha em socorro do exercício de empatia tão difícil entre nós.” — Eliana Alves Cruz

“Numa prosa enxuta e despojada, ao jeito de uma confidência, Jeferson Tenório entrecruza vidas de gente marcada pela pobreza, pelo preconceito e pela exclusão. Os personagens que entretecem esta narrativa são tão reais que parecem escapar de todo e qualquer exercício ficcional. Mas é exatamente essa a arte invulgar do autor: nas frestas do muro ele encontra o fulgor de uma luz. É nessa fugaz e improvável revelação que estas pessoas tão cotidianas descobrem a resposta à pergunta do título deste livro: de onde eles vêm? Onde nascem esses extraordinários momentos em que se revela a humanidade e a vida que nos habitam?” — Mia Couto

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Leitura- Lia - Caetano Galindo

 




Primeiro romance de Caetano W. Galindo, tradutor de Ulysses e autor de Latim em pó, Lia costura fragmentos de uma existência numa prosa inovadora, revelando com maestria a matéria de que é feita uma vida.

Romances podem ser como filmes. Este é um álbum de retratos. Como fotos, os capítulos devem ser vistos por si sós. Como álbum, o livro pode ser lido em qualquer ordem: o que lhe dá sentido (nos dois sentidos) é a vida que registra. É assim que vamos conhecer Lia. Alguém que acompanhamos por toda uma vida feita à nossa frente em fragmentos, lascas e relances. Não é assim, afinal, que conhecemos todas as pessoas da nossa vida?“ Lia é um livro profundo e lúdico. Enquanto o leitor se entretém com a montagem do quebra-cabeças, satisfeito ao encaixar mais uma peça da misteriosa Lia, Caetano Galindo traduz a complexidade de existir.”

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Leitura- 451 N# 90

 








Resenha /Índice : Eu, Carrere • O escritor francês Emmanuel Carrère revisita quatro décadas de carreira e fala dos seus romances não ficcionais e arrependimentos literários em entrevista a Fernando Eichenberg

Antonio Scurati • Michel Foucault • Maura Lopes Cançado • Alexandre Nodari • Fernanda Torres • Junji Ito • Mariana Salomão Carrara • Marcelo Moutinho • Teju Cole

Mais: as lembranças de Humberto Werneck da Belo Horizonte literária da década de 60 e o centenário da New Yorker

Foto da capa: Ed Alcock

Leitura- Ainda estou aqui - Marcelo Rubens Paiva

 



Resenha : Eunice Paiva é uma mulher de muitas vidas. Casada com o deputado Rubens Paiva, esteve ao seu lado quando foi cassado e exilado, em 1964. Mãe de cinco filhos, passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. Em meio à dor, ela se reinventou. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas.

Nunca chorou na frente das câmeras. Ao falar de Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho. E mergulha num momento negro da história recente brasileira para contar — e tentar entender — o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele janeiro de 1971.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Leitura- Melhor não contar -Tatiana Salem Levy


 

.Eh uma boa escritora. Mas o livro deixa uma sensação dúbia. Parece a mim psicanalítico demais . A impressão que fica é que o sofrimento por algo não contado e muito difícil para a formação da personalidade seja algo único e particular . Quando na verdade não é . E muitas pessoas resolvem seus problemas "melhor não contar " de forma mais suave. E que todos os acontecimentos tristes da vida são particularmente dolorosos e mantidos efetivos por toda vida. Parece um sentimento particular de um povo .Mas o livro é bom 



Resenha :Melhor não contar abre com uma cena iniciática: aos dez anos, a protagonista relaxa numa piscina, na companhia da mãe e do padrasto. Sem ter chegado ainda à puberdade, se desfaz da parte de cima do biquíni e desfruta da inocência sob o sol e o vento. O sossego é interrompido quando o padrasto, um aclamado cineasta, apresenta o esboço do desenho de observação que fizera há pouco — ali está a menina, retratada naquele momento, com um detalhe que foi impossível passar desapercebido: “Seus mamilos, apontando um para cada extremidade do papel, chamam a atenção. Há mais tinta neles, foram desenhados com força. Estão eretos, reparo”. Esse acontecimento marcaria o fim da infância daquela menina, filha de uma intelectual e jornalista pioneira, uma mulher de espírito e vitalidade incomuns. E, a despeito disso — como repara a narradora, já adulta —, até mesmo essa mãe poderosa e aparentemente imbatível teve que se haver com os flutuantes desejos masculinos e as desigualdades gritantes entre os gêneros. Na vida e na arte.

Fazendo do título do livro um paradoxo brilhante, a narradora resolve então contar tudo (ou quase): da doença galopante que vai tirar a mãe do seu convívio ainda na juventude à reação de um companheiro a um aborto da protagonista já madura e morando no exterior. E faz ainda mais: reflete sobre a diferença entre mulheres e homens na hora de narrar uma história.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Leitura- O Vampiro de Curitiba - Dalton Trevisan

 





Resenha :
Ganhador do Prêmio Camões 2012, Dalton Trevisan reedita sua obra de maior destaque com nova capa e um conto inédito, A velha querida.


Assim como um vampiro é capaz de tudo em sua busca pela satisfação do sangue, os personagens dos contos que compõem este O vampiro de Curitiba buscam, sem culpa, pudor ou censura, o prazer a qualquer custo. Considerado uma obra-prima do autor, este livro traz Dalton Trevisan em sua forma mais clássica: objetivo, conciso, minimalista e afeito a referências literárias de toda sorte, levando sua mistura de ironia e pessimismo aos extremos mais chocantes e repulsivos da degradação humana.

Estas histórias representam situações-limite sociais, psicológicas ou existenciais que, por seu absurdo, contêm elementos de paródia, humor e fantasia, ao mesmo tempo em que exploram a crueldade e a sordidez reveladas nas incontroláveis fantasias que determinam os impulsos mais profundos do ser humano.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Leitura- O Grande Relógio - Silviano Santiago

 Trabalho bastante erudito mas que busca mostrar todo eurocentrismo da nossa iniciação cultural. Mas não é simples de se ler




RESENHA : O pensador e o crítico estão presentes e passam a perna no romancista. Em cadernetas, os dois elaboram e desenvolvem anotações sob a forma de folhetins que deixam à mostra o longo processo de criação do romance brasileiro. Silviano Santiago decide expor ousadias e riscos, manobras e estratégias que surpreendem a solidez de obras canônicas da literatura dita universal por viés nevrálgico. O grande relógio nietzschiano diz que a cultura brasileira, e nela a literatura, recomeça hoje.

A Editora Nós entrega ao leitor o primeiro dos três “cadernos em andamento” em que um dos nossos mais importantes autores contemporâneos repensa, e suplementa, a maturidade alcançada nos trópicos pela literatura brasileira. Parte de projeto contrastivo entre as obras de Machado de Assis e de Marcel Proust, O grande relógio: a que hora o mundo recomeça visa a solicitar (“abalar o todo”, etimologicamente) os fundamentos da literatura comparada eurocêntrica — a saber, as noções de influência, cópia e originalidade. Se viver é perigoso, avisa o ensaio em forma de alerta, desconstruir é ainda mais perigoso. Acolhamos Silviano Santiago em folhetim, em série e em processo.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Leitura- Voando para casa e outras estórias -Ralph Ellison

 




Resenha:Poéticos, vivazes e intensos: assim são estes catorzes contos de Voando para casa e outras histórias, de Ralph Ellison, autor vencedor do Pulitzer por Homem invisível.



Em uma mala de couro esquecida debaixo de uma mesa, Ralph Ellison, um dos maiores escritores estadunidenses do século XX, guardava uma série de manuscritos inéditos. Após a morte de Ellison, sua esposa, Fanny, presenteou John F. Callahan — editor e grande amigo do marido — com esses escritos. Assim, seis contos inéditos foram selecionados, junto a outros já publicados pela imprensa, para compor esta antologia Voando para casa e outras histórias.

Aqui estão reunidos os primeiros contos de Ellison, escritos entre 1937 e 1954, nos quais o autor já aborda seu tema preferido: a formação de uma identidade negra nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, revela uma realidade particular que transcende a vida ordinária.

Em catorze histórias curtas, leitoras e leitores encontrarão traços autobiográficos de um autor que soube transpassar sua vivência para a literatura. Herdeiro declarado do estilo cru e poético de Ernest Hemingway, Ellison nos emociona com a inocência infantil em “Garoto em um trem” e impressiona com a brutalidade dos linchamentos em “[Uma farra no parque]” — um retrato de um século XX que se faz atual ainda em tantos momentos.

Publicados pela primeira vez no Brasil, os contos de Voando para casa e outras histórias são considerados pela crítica o esboço de Homem invisível, a obra-prima de Ralph Ellison. A presente edição conta com tradução de André Capilé, poeta, tradutor, pesquisador de produções literárias afrodiaspóricas e professor de literatura brasileira na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.



“Vistos em conjunto, os contos de Ellison apontam para sua visão consistente sobre a identidade estadunidense construída durante os cinquenta e cinco anos de vida em que ele escreveu.” — John F. Callahan, escritor e crítico literário

“Maravilhoso, anterior aos riffs de Homem invisível — e mais uma excelente contribuição para a obra de Ellison.” — Kirkus Reviews

“As histórias de Ellison demonstram, individualmente, seu comprometimento em criar e, em conjunto, a bagagem adquirida que, mais adiante, o permitiram construir, tijolo por tijolo, um dos maiores monumentos da literatura estadunidense.” — Publishers Weekly

“Ellison é um romancista completo, que utiliza as palavras com grande habilidade, que escreve com intensidade poética e imenso vigor narrativo.” — The New York Times

domingo, 26 de janeiro de 2025

Leitura- Retorno a Reims - Didier Eribom

 


Livro excessivamente falado mas altamente psicanalítico . Me pareceu que o  Eribom quis  achar algumas justificativas para a vergonha de ser pobre  e   desta forma culpar  os  seus 30 anos sem ver a família :na burguesia , no capitalismo , na sua condição homossexual e na luta de classes .Para quem como eu veio de uma família muito pobre e sofreu na carne a mesma exclusão social trata-se de um excelente bode expiatório e um ótimo tema para um bom escritor . O que vale no livro eh sua auto biografia e não a analise psicanalítica e marxista .

O fato é que não precisaria de nenhuma destas justificativas pois seu meio social e sua família eram excessivamente humilhantes , inconvenientes e desqualificadores . Tinha mesmo que sair fora disto tudo .O resto é discurso psicanalítico e marxista. O analista dele  deve ter obrigado  a escrever o livro para exorcizar a culpa , independente das razões que teve que acho extremamente justas para abandonar tudo  .Aliás deve ser católico para se sentir tão culpado por NADA .



Resenha : Neste grande livro que entrelaça reflexão sociológica e memória autobiográfica, Didier Eribon relata seu retorno, depois da morte de seu pai, a Reims, sua cidade natal, e seu defrontamento com seu ambiente de origem, com o qual havia praticamente rompido trinta anos antes. Desse reencontro, vem o ímpeto de mergulhar no passado e retraçar a história de sua família, à medida que se dá conta de que a ruptura não se deveu exclusivamente a sua homossexualidade ou à homofobia que pairava no ambiente doméstico, mas também à vergonha que ele sentia de sua origem social. Ao evocar o mundo operário de sua infância, reconstituindo sua ascensão social e sua vida intelectual a partir dos anos 1950, o filósofo e sociólogo francês combina a cada parte desse relato íntimo e comovente elementos de uma reflexão sobre classes, sistema escolar, formação das identidades, sexualidade, política, democracia e a mudança do padrão de votos da classe operária ― que é ilustrada por sua própria família que troca sua lealdade pelo Partido Comunista por partidos de direita e até de extrema-direita. Ao reinscrever assim as trajetórias individuais nos determinismos coletivos, Didier Eribon se questiona sobre a multiplicidade de formas da dominação e portanto da resistência.

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Ouvidoria - 20000 léguas - Galileu - 11 episódios

 

Mais um excelente podcast de 20000 léguas. Recomendo a todos . A vida de Galileu merece ser contada e recontada



Resenha :

O Vinte Mil Léguas está de volta – e viaja para ainda mais longe no tempo. A partir de 8 de abril, tem início a terceira temporada do podcast de ciências e livros, dedicada a Galileu Galilei. Apresentado por Leda Cartum e Sofia Nestrovski. Trilha original de Fred Ferreira.

Depois de dois anos, o Vinte Mil Léguas está de volta – cada vez mais com a cabeça na lua. Começa aqui a temporada dedicada a Galileu Galilei, ao telescópio, aos astros, aos pêndulos, ao movimento.

domingo, 19 de janeiro de 2025

Leitura - 451 N# 89

 






Vida longa, vampiro • Um especial sobre o escritor Dalton Trevisan, morto em dezembro de 2024, por Hélio de Seixas Guimarães, Giovana Maladosso e Caetano W. Galindo.

Inácio Araujo • Beatriz Bracher • Leiko Gotoda • João Guilhoto • Seth Jacobowitz • Miranda July • Darian Leader • Antonio Scurati • Pedro Süssekind • Julia Wähmann

Mais: uma crítica do filme Ainda estou aqui, por Marcelo Miranda; uma reportagem sobre o mal da vista cansada, por Helena Aragão; entrevistas com a escritora espanhola Alana S. Portero, por Renata Carvalho; o livro de Raul Juste Lores sobre a revolução arquitetônica dos anos 50, por Nabil Bonduki.

Foto da capa: Dérson Trevisan.

Leitura- A mais recôndita memória dos homens- Mohamed Mbougar Sarr

 




Existe no início do livro um frase de Bolano que remete ao título do livro. A mim este livro excelente tem um quê Bolanista no jeito de contar a estória . Lendo achava que lia Bolano


Resenha : 

Neste romance magistral, vencedor do prêmio Goncourt e traduzido para mais de trinta idiomas, Mohamed Mbougar Sarr se inspira numa história verídica para construir um romance de formação e de aventura que celebra a literatura e revive o melhor da tradição deixada por Roberto Bolaño em Os detetives selvagens.

Em 2018, Diégane Latyr Faye, um jovem escritor senegalês, descobre em Paris um livro mítico publicado em 1938: O labirinto do inumano. Seu autor, o misterioso T.C. Elimane, desapareceu sem deixar vestígios depois que uma escandalosa acusação de plágio mobilizou a comunidade literária francesa dos anos 1940. Fascinado, Diégane inicia então seu percurso atrás do “Rimbaud negro”, enfrentando as grandes tragédias do colonialismo e do holocausto. De Dakar a Paris, passando por Amsterdam e pela Buenos Aires dos salões literários das irmãs Ocampo, que verdade o espera no centro deste labirinto?

Sem nunca perder o fio dessa busca que se apodera de sua vida, Diégane frequenta um grupo de jovens autores africanos radicados em Paris: entre noitadas de discussões, bebedeiras e sexo, eles se interrogam sobre a necessidade da criação a partir do exílio.

Com a sua perpétua inventividade, A mais recôndita memória dos homens é um romance inesquecível, marcado pela exigência de uma escolha entre a escrita e a vida, ou pelo desejo de ir além da questão do confronto entre a África e o Ocidente. Nas palavras do escritor angolano Kalaf Epalanga, autor do texto de orelha desta edição, Sarr “consegue a proeza de construir um romance que celebra a beleza da literatura e a importância da criação artística”.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Leitura- Viela ensanquentada . Wesley Barbosa

 

Livro de leitura rápida . São estórias da infância e juventude contada em pequenos fragmentos . Literariamente fraco . Falta um pouco de estilo na construção de imagens . Comparativamente a Geovanni Martins esta a milhas dele . Vale como dar força a pessoas que saíram de situação de vida crítica e conseguiram encontrar seu espaço social 




Resenha :
História comovente e infelizmente muito atual. A vida nas comunidades das grandes cidades brasileiras vem se modificando, graças ao esforço e ao empenho da maioria dos moradores. Porém o tráfico de drogas, a milícia (grupos de ex-policiais que agem contra os traficantes, mas são forças criminosas) e a violência desmedida ainda sobressaem nas favelas brasileiras. 
Viela Ensanguentada é mais uma obra, escrita por uma pessoa de dentro da favela, que denuncia o abuso e a violência porque passam os moradores destas comunidades.

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Leitura- As aventuras de Nhô Quim- Angelo Agostini e Candido Aragonez

 Talvez a 1o Gibi nacional. Vale a pena conhecer esta obra que mostra o funcionamento social da época em que foi lançado . 






Resenha: O encontro do interiorano com a Corte era fonte infindável de pilhérias no Brasil do século XIX. No teatro de Martins Pena, por exemplo. Em O juiz de paz da roça, José quer seduzir Aninha, carregá-la consigo para a cidade, logo fala muito do “que é que há lá tão bonito”: três teatros, homem que vira macaco, mágica com muito maquinismo, cosmorama na rua do Ouvidor, cabrito com duas cabeças, porco com cinco pernas.

O caiporismo também marcava presença naquele tempo. Como na literatura de Machado de Assis, nada menos. Num conto, “Último capítulo”, o protagonista e narrador da estória define o caipora — ele próprio — como o sujeito que, ao cair de costas, consegue quebrar o próprio nariz! Para saber como, vá ler o conto, que está em Histórias sem data, pois vale muito a pena.

Nhô Quim é ao mesmo tempo roceiro e azarado. Jovem de vinte anos, filho “de gente rica porém honrada”, vai parar na Corte porque o pai não aprova o seu namoro com donzela virtuosa mas sem vintém. Está criado o entrecho para as situações embaraçosas e chistes sem fim de As aventuras de Nhô Quim, ou impressões de uma viagem à Corte. Veem-se as imagens com aquela sensação de dó da vergonha alheia, pobre Nhô Quim, que perde o trem, sai à rua de saia, não acha mais o moleque que lhe devia servir, vira capanga eleitoral.

A graça das imagens, a aparente falta de pretensão de tudo, é uma janela ímpar para a observação da cultura e da sociedade do Brasil imperial. A “gente rica” não parece honrada, apega-se à escravidão, corrompe eleições, há espertalhões por toda parte. O posfácio de Marcelo Balaban e Aline dell’Orto oferece um panorama primoroso da arte das publicações ilustradas no Brasil oitocentista. O caiporismo de Nhô Quim é a sorte grande de seus leitores.

Leitura- Ermos e Gerais -Bernardo Élis

  Excelente livros de contos .Não conhecia Bernardo o que era uma falha enorme . Traz as visões de um Brasil verdadeiro e culturalmente rico...