sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Leituras Galiléia


Conclui a leitura de Galileia de Ronaldo Correia de Brito vide resenha abaixo.

Bom escritor mas em algumas situações os personagens não parecem reais e sim um pouco forçados nas situações extremas.
Apesar disto é um livro de agradavel leitura na linha da Cronica da Casa Assassinada de Lucio Cardoso mas nem de longe chegando perto do brilho deste autor ao retratar as mazelas de uma familia do interior. Este sim uma joía da literatura brasileira.Veja resenha abaixo.


RESENHA

Três primos atravessam o sertão cearense para visitar o avô Raimundo Caetano, patriarca de uma família numerosa e decadente que definha na sede da fazenda Galiléia. Ismael, Davi e Adonias passaram parte da infância ali, mas fizeram o possível para cortar seus laços com a terra de origem. Fazem parte de uma geração que largou o campo para nunca mais voltar. Foram viver no exterior, procuraram reconstruir a vida em Recife, em São Paulo, na Noruega.

O que espera os três primos ao final da viagem é uma volta radical a esta origem, a esta fazenda que um dia foi próspera, que oculta segredos e traições e “onde as pessoas se movem como nas tragédias”. Por mais que os protagonistas tenham se distanciado da violência que ronda a família, voltarão a senti-la de perto, descobrindo que nunca escaparam — ou escaparão — ao destino que os cerca. Terão de se reencontrar com a família e seus fantasmas, e reviver histórias de adultério, vingança e morte.


DADOS DO PRODUTO





















TÍTULO: GALILEIA
ISBN: 9788560281589
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura | Formato: 15 x 23,5 | 236 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2008
ANO EDIÇÃO: 2008
AUTOR: Ronaldo Correia de Brito








Lúcio Cardoso revela pendor para criação da atmosfera de pesadelo e de sondagem interior a que lograria dar uma rara densidade poetica. Aproveita as sugestões do surrealismo, sem perder de vista a paisagem moral da província que entra como clima nos seus romances. A Crônica da Casa Assassinada reconstrói de maneira admirável o clima de morbidez que envolve os ambientes e os seres. Fixa a angústia de um amor que se crê incestuoso. Em vez de referências diretas, são as cartas, os diários e as confissões das pessoas que conheceram a protagonista ( e dela própria), que vão entrar como partes estruturais do livro. A tragédia de um ser passa a refletir-se no caso das testemunhas; e estas percorrem a vária gama de reações que vai da febre amorosa ao ódio, deste à indiferença ou ao juízo convencional. O caso psicanalítico sai, portanto , do beco da auto- análise e assume dimensões familiares e grupais. Realiza uma forma complexa de romance em que o introspectivo, o atmosférico e o sensorial não mais se justapusessem, mas se combinassem no nível de uma escritura cerrada, capaz de converter o descritivo em onírico e adensar o psicológico no existencial.

Lúcio Cardoso, mineiro de Curvelo, nasceu em 14-08-1912. Chamado pelo crítico Alfredo Bosi de "inventor de totalidades existenciais", Lúcio foi escritor, dramaturgo, jornalista, e poeta. Realizou, com Paulo César Saraceni, o primeiro longa-metragem do Cinema Novo. Nos últimos anos de sua vida, pintava. Para ele, a arte era vital, tanto que com ela fez um pacto, utilizando-se — como ficcionista monumental que era — simultaneamente de diversos recursos narrativos (diários, memórias, cartas, confissões, poesias, depoimentos...) para, articulando a suposta fragmentação, fazer surgir a tragédia humana com toda sua carga de paixão, angústia, erotismo, solidão e desespero. Em um universo ontologicamente dilacerado, com uma prosa cuja poesia dá vazão ao desejo transgressivo, os personagens se desnudam em tensões recriadoras da objetividade do mundo. Dizia ele: "Escrevo para que me escutem — quem? Um ouvido anônimo e amigo perdido na distância do tempo e das idades. Para que me escutem se morrer agora. E depois, é inútil procurar razões. Sou feito com estes braços, estas mãos, estes olhos e assim sendo, todo cheio de vozes que só sabem se exprimir através das vias brancas do papel, só consigo vislumbrar a minha realidade através da informe projeção deste mundo confuso que me habita. E também porque escrevo porque me sinto sozinho. Se tudo isto não basta para justificar porque escrevo. o que basta então para justificar alguma coisa na vida? Prefiro as minhas pequenas às grandes razões, pois estas últimas quase sempre apenas justificam mistificações insustentáveis frente a um exame mais detalhado".

Em 1962 teve um derrame cerebral e deixou de escrever. Passou a pintar, chegando a fazer duas exposições. Faleceu em 1968.

OBRAS:

Maleita (1934); Salgueiro (1935); A Luz no Subsolo (1936); Mãos Vazias (1938); O Desconhecido (1940); Poesias (1941); Dias Perdidos (1943); Novas Poesias (1944); O Anfiteatro (1946); Crônica da Casa Assassinada (1959); Diário Completo (1961); O Viajante (1970).













sábado, 24 de janeiro de 2009

Leituras -Tigre Branco e Uma Casa para o Sr Biswas


Conclui a leitura do Tigre Branco de Aravind Adiga. Critica feroz a sociedade Indiana na qual o autor com a particular veia cômica dos indianos arrasa castas, deuses , o modelo neoliberal e por ai vai numa forma muito engraçada de mostrar as mazelas tão particulares de nosso tempo ( parece bastante conosco). Excelente leitura( continua após a resenha....)



RESENHA

Numa história irônica e divertida, o protagonista de O Tigre Branco relata o trajeto bastante inusitado que percorreu para subir na vida e conseguir se tornar alguém importante no cenário nacional: assassinar seu patrão. Em cartas dirigidas ao primeiro-ministro chinês, Balram Halwai revela uma visão crítica aguçada da sociedade indiana e do mundo contemporâneo, e justifica seu crime classificando-o como um ato de empreendedorismo. O leitor vai se surpreender a cada passo do romance de estréia do jovem autor indiano Aravind Adiga, vencedor do Man Booker Prize 2008, um dos maiores prêmios mundiais do meio editorial. Não sem motivo, O Tigre Branco foi considerado pelos jurados um livro de imenso valor literário e extremamente original, por apresentar aspectos da Índia normalmente ignorados e personagens que revelam um lado humano desconcertante.


DADOS DO PRODUTO


TÍTULO: O TIGRE BRANCO
TÍTULO ORIGINAL: WHITE TIGER, THE
ISBN: 9788520920855
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura | Formato: 16 x 23 | 256 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2008
ANO EDIÇÃO: 2008
AUTOR: Aravind Adiga
TRADUTOR: Maria Helena Rouanet












Este livro apesar de ter ganho um grande prêmio literário não chega perto da grandeza literária de Naipaul com sua brilhante criação -Uma casa para o Sr Biswas .
fazendo as mesmas criticas sociais porém com brilho literario intenso. Nos proporcionando um dos melhores protagonistas que já li- o Sr Biswas.Leitura altamente recomendável.

RESENHA

Só o fato de Uma casa para o sr. Biswas ser, entre as próprias obras de V.S. Naipaul, a sua preferida, a mais engraçada e uma das mais populares, talvez já diga tudo. Como se não bastasse, a crítica consagrou-a como verdadeira obra-prima, um romance magnífico em que Naipaul, com muito humor, faz a mais sutil e abrangente análise da situação colonial já elaborada em literatura de ficção. Uma casa para o sr. Biswas passa-se em Trinidad e é inspirado na infância e adolescência do autor. A maior ambição de seu protagonista, Mohun Biswas - de origem hindu, ele é uma recriação ficcional do pai do autor -, é ter sua própria casa. A história desse personagem irremediavelmente deslocado é toda recheada de divertidíssimas peripécias, sempre girando em torno dessa eterna busca de um lar e de uma ocupação satisfatória. Em suas aventuras, está sempre às voltas com parentes, vizinhos e amigos intrometidos, que ora o atrapalham ora o ajudam em sua cruzada. "Uma obra de grande poder cômico, concebida com uma compaixão sólida e sem sentimentalismos."Anthony Burgess


DADOS DO PRODUTO


TÍTULO: UMA CASA PARA O SR. BISWAS
TÍTULO ORIGINAL: A HOUSE FOR MR. BISWAS
ISBN: 8585095830
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura | Formato: 14.00 X 21.00 | 528 págs.
AUTOR: V. S. Naipaul
TRADUTOR: Paulo Henriques Britto














domingo, 18 de janeiro de 2009

Leituras - Istambul e Deusa cadela


Bom ,conclui a leitura de Istambul ( veja a resenha em outro post).

Ele pode ser lido tanto como livro de memorias quanto um livro sobre a cidade.

Sobre qualquer dos aspectos mostra alguém muito apaixonado por sua cidade que é profundamente analisada.

Sob a ótica de memorias elas parecem se ater a fatos ocorridos sem querem analisar mais profundamente ou psicologicamente os eventos.

Mas se trata de um livro para quem ama sua cidade e estuda cidades .
Orham era um flaneur e um retratista de sua cidade por isto tem uma visão muito amorosa da mesma.

Li também :
Deusa cadela - de André Abi Ramia .Um livro publicado pelo autor que fez um curso de roteiro.
Bom ...é um livro para poucos:
1o por ser da linhagem de Juan Pedro Gutierrez, Sade , Bukowski e Henry Miller ,Literatura erótica e que prima por vasculhar as profundezas do ser humano.
2o por ter sido escrito aparentemente num turbilhão .Sem muita preparação.

É um livro curto mas um bom livro que tem mais de romance que roteiro.

O livro trata de paixão e de adolescência e de como lidar com este sentimento que toma conta e vicia as pessoas.

Este link faz uma pequena analise do livro http://nomadsoul.wordpress.com/2006/09/16/deusa-cadela-analise-apropriada/



Resenha:

Tudo começou quando vi aqueles seios."

Assim começa o texto que, ao se ler, vêm à tona curiosidades sexuais de infância: as imagens, os desejos, os volumes, cheiros e gostos. O proibido-permitido, a cumplicidade, o risco calculado, tesão e adrenalina. Coisas que remetem a descobertas, e seus traços e cores se projetam em nossa vida adulta, quando já formatados em conceitos e parâmetros considerados normais e protocolares, porém traduzidos em lampejos de criatividade íntima, ou taras, ou ambos.

Deusa Cadela traz em si a pureza da respiração na hora em que se acorda de um sono. Cheio de essência humana, visceral e original. Mostra a relação dicotômica entre opostos aparentes, sem recorrer à fórmula "opostos que se atraem" na sua obviedade, mas revelando as nuances de uma vida a dois explorada aos seus extremos. Vivida com paixão, saboreada em suas texturas e marcada em suas cicatrizes, relatada de forma crua. A história deve ser lida abertamente para que, assim com um enólogo ou gourmet, o leitor possa distinguir em seu interior a informação mais marcante a cada paladar. [clos

Leitura- Nostalgias Canibais - Odorico Leal

Gostei da criatividade dos contos. me pareceu um tanto o quanto pretencioso na escrita . Mas os contos são bons e merecem uma nova fornada R...