
Resenha:
Em Terra descansada Jhumpa Lahiri compõe retratos de imigrantes indianos e de suas famílias nos Estados Unidos, criando um panorama dessas vidas e dos conflitos que se estabelecem entre tentativa de manter as tradições e as tentações do mundo novo. Os pais indianos insistem em manter seus costumes, como o casamento arranjado, os hábitos alimentares e o controle sobre os filhos, numa cultura conservadora, mas recheada de valores coletivos e solidários. Já os filhos veem-se num eterno choque entre a novidade transformadora mas carregada de angústia e o apelo fácil e confortável das tradições.
A filha solitária e americanizada se emociona ao ver o pai indiano criando um jardim no quintal da casa suburbana. O filho brilhante decepciona as expectativas da família ao largar mão dos estudos e do futuro promissor. O viúvo de uma indiana independente e americanizada se entrega à comodidade e à segurança de um segundo casamento arranjado. Os contos de Terra descansada vão além do retrato de um povo desterrado e traçam com delicadeza e lucidez as relações espinhosas entre pais e filhos, maridos e esposas, amantes e amigos. Lahiri tece seus relatos com uma voz que tudo vê, mas que se mantém ausente, numa narrativa que realiza o sonho de Hemingway ao aparecer como que espontaneamente.
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