
Resenha:
Joyce adentra o cânone literário europeu como o mais decisivo narrador do modernismo, ao lado de Proust e Kafka, superando-os, no entanto, em uma obra que assimila e amplifica a pesquisa artística das vanguardas modernistas e, ao mesmo tempo, retoma e desenvolve a grande narrativa realista, a partir do ponto em que a deixaram autores como Balzac, Flaubert, Zola, Dickens e James, por exemplo. A experiência narrativa de Joyce adensa-se na direção da consciência de suas personagens, incluindo, misturando e confundindo os diversos gêneros do discurso e pontos de vista. Joyce seria um poeta do finito e da matéria, uma matéria de que a consciência busca se apropriar da forma mais completa possível. É um narrador da percepção sensível, cuja repetição, muitas vezes, como ocorre também em Proust, invade o presente como um bloco de sensação pregressa e memória.
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