
Resenha:
Vermelho Brasil, vencedor do Goncourt — o mais importante prêmio literário francês — e com mais de 500 mil exemplares vendidos na França, é um romance histórico que ilumina um dos episódios mais extraordinários e menos conhecidos do Renascimento: a conquista do Brasil pelos franceses. O livro conta a história de Just e Colombe, duas crianças que, iludidas, aceitam participar de uma grande aventura em uma terra estranha. Tudo é desmesurado nessa jornada. O cenário: a baía selvagem do Rio de Janeiro, ainda entregue às matas e aos índios canibais. Os personagens — principalmente o cavalheiro de Villegagnon, chefe dessa expedição, nostálgico das Cruzadas, impregnado de cultura antiga. Os acontecimentos: o isolamento dramático dessa França dos trópicos antecipa, em dez anos, os conflitos das guerras de religião.Escrito numa linguagem perpassada de fina ironia, com uma ação vertiginosa e descrições de paisagens deslumbrantes, Vermelho Brasil pode ser lido como um romance de formação. Acompanhando as surpresas que o destino reserva a Just e Colombe, esse livro põe em cena duas concepções opostas do homem e da natureza. De um lado, a civilização europeia, conquistadora e universal, que se quer libertadora e se descobre assassina. Do outro, o mundo índio, com sua sensualidade, sua noção de harmonia e sua visão do sagrado. De forma magistral, Jean-Christophe Rufin transforma a saga de Villegagnon num romance histórico de aventuras.
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