quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Leitura- Declínio de um homem

 

Muito bom escritor . Traduz toda sua tristeza e sofrimento em estórias excelentes. Escrita leve e fluida 


Resenha: A curta passagem pela vida do escritor japonês Osamu Dazai — suicidou-se aos 38 anos de idade — não o impediu de se transformar num autor bastante popular. Declínio de um homem , editado pela primeira vez no Brasil, vendeu mais de 10 milhões de exemplares desde sua publicação original, em 1948. A obra sintetiza em cenas e passagens notoriamente biográficas muitas das angústias que tanto alimentavam a personalidade autodestrutiva do autor, a saber: a dificuldade de entendimento com seus familiares, sua anti-ssociabilidade niilista, seu patológico apego ao álcool — vício do qual nunca conseguiu se livrar —, sua autoestima inexistente, enfim, sua evidente sensação de deslocamento em relação ao mundo — como se tivesse sido enviado à existência por mero descuido.


Resenha: O livro é estruturado em três cadernos, nos quais o autor, por meio do personagem alter ego Yozo — um jovem estudante provinciano que tenta sobreviver na capital Tóquio — relata em primeira pessoa diversos episódios sobre as hostilidades da vida que ele tem de enfrentar. Yozo é um depressivo contumaz cuja tristeza se espraia nele como uma metástase, contaminando suas energias e impedindo-o de recuperar uma alegria de viver que, na verdade, nunca sentiu.


Se a princípio o jovem Yozo até se esforça para “ser aceito” pelos outros, esse esforço mascara uma dificuldade que lhe é atroz: sem a personalidade própria dos carismáticos, o rapaz recorre ao estratagema de fazer “palhaçadas”, de modo a parecer divertido aos olhos de outrem. As momices, que podem incluir até esforços físicos — levar um tombo, por exemplo — muitas vezes funcionam, mas, quando desmascaradas, traumatizam ainda mais o personagem. Afastado da família, e com dificuldades financeiras, ele sobrevive escrevendo histórias e fazendo desenhos de qualidade duvidosa — e com incursões na pornografia — para alguns periódicos populares. Nem mesmo as mulheres que se apaixonam por ele o fazem minimamente feliz, de modo que, com o passar do tempo, as manias de Yozo se tornam cada vez mais perturbadoras, pintando-o como um “jovem Werther japonês”.

O êxito editorial de Declínio de um homem talvez possa ser explicado pela maneira catártica com que Dazai escreve: diferentemente de seus pares mais tradicionais da literatura japonesa, em geral caracterizados pela sutileza e por tons etéreos, Dazai escreve com as vísceras, não se importando em trazer à tona fantasmas interiores mais obscuros. Sua escrita angustiada o coloca numa posição especial dentro do mapa da literatura nipônica.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Leitura- Doramar ou a Odisséia

 




Na verdade não iria ler este livro. Mas foi muito recomendado. Não gostei.; Achei uma literatura pesada parecendo aquelas de Gorki carregadas de propaganda . Me pareceu com a obrigação de escrever sobre as mazelas que o povo sofrido ainda não superou. Não optou pela Literatura . Mas sim pela visão ideológica da mesma. 


Resenha: Quem se deslumbrou com a maestria narrativa, a sólida e delicada construção de personagens, a linguagem apurada e a temática brasileira de Torto arado, romance que converteu Itamar Vieira Junior em um dos nomes centrais da nossa literatura contemporânea, vai encontrar neste Doramar ou a odisseia ainda mais motivos para celebrar a ficção do autor.

Num diálogo permanente com nossas questões sociais e a tradição literária brasileira, Itamar enfeixa um conjunto de histórias a um só tempo atuais e calcadas na multiplicidade de culturas que formam o país. Parte dos textos deste volume foram publicados em A oração do carrasco (2017), finalista do Prêmio Jabuti em 2018. A estes, foram acrescidos outros, inéditos em livro. Lidos na sequência, atestam a vitalidade de um escritor que encontra inspiração em personagens que desafiam os limites que lhes foram impostos. Assim, contos como "A floresta do Adeus", "Voltar" e a história que dá título a este volume falam de personagens femininas que enfrentam as condições mais adversas. Outros, trazem luz sobre nosso passado escravocrata, evocam a cultura afro-brasileira ("Farol das almas", "Alma"), a ancestralidade indígena ("O espírito aboni das coisas"), a marginalidade e a loucura ("Manto da apresentação", sobre o artista Arthur Bispo do Rosário). E há espaço inclusive na imaginação de Itamar para uma história como "Na profundeza do lago", em que algo de gótico se insinua pelas franjas da trama.

domingo, 26 de setembro de 2021

Leitura-Dez dias num Manicômio

 

Bom livro reportagem. Interessante ver uma reportagem escrita em 1887 num manicômio e comparar com uma outra se escrita hoje. Comparada sobre todos os aspectos: tratamento , forma de se escrever , forma de se abordar , etc .  Algumas coisas não se modificaram em mais de quase 130 anos. Excelente repórter de muita coragem 

Resenha: Uma garota foi declarada louca e tranca ada no manicômio... e esse era seu plano o tempo todo. A garota era Nellie Bly, destemida repórter que queria investigar como as pacientes eram tratadas e acabou denunciando a tortura e o abandono não só das doentes mentais, como o de muitas mulheres sãs, que a sociedade tachava como “indesejáveis”. Foi a primeira reportagem da jornalista que ― quando se dizia que redações “não eram lugar para mulher” ― foi aonde quis (deu até a volta ao mundo em 72 dias!), fez história e detonou preconceitos.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Leitura - O amor dos homens avulsos

 


Este livro eh de um escritor que se suicidou aos 29 anos ; Victor Heringer . Se trata de romance de temática homossexual . Eh um bom livro. Nada especial ,exceto a forma de construção da prosa , extremamente criativa. Leitura rápida 


Resenha: No calor de um subúrbio carioca, um garoto cresce em meio a partidas de futebol, conversas sobre terreiros e o passado de seu pai, um médico na década de 1970. Na adolescência, ele recebe em casa um menino apadrinhado de seu pai, que morre tempos depois num episódio de agressão. O garoto cresce e esse passado o assombra diariamente, ditando os rumos de sua vida. Essa história, aparentemente banal, é desenvolvida com maestria ficcional e grandeza quase machadiana por Victor Heringer. Dono de uma prosa fluente e maleável, além de uma visão derrisória da vida, o autor demonstra pleno domínio na construção de cenas e personagens. E emociona o leitor com sua delicada percepção da realidade.

Leitura- Euclides da Cunha

 


Mais uma biografia de um grande brasileiro .Autor de um  livro sem comparação no Brasil. Vida pessoal complicada por seu nomadismo  sempre ausente . Mas tinha personalidade difícil e acabou gerando um desenlace fatal.  


Resenha: 

Alguns biógrafos sugerem um Euclides herói, embora maltratado pela vida. Este livro abandona os mitos e dá destaque ao gênio sem separá-lo de suas misérias. Frederic Amory dedicou-se como poucos a entender a personalidade e as ideias do autor de Os Sertões. Para isso ele confrontou, de modo rigoroso e objetivo, as problemáticas fontes de informação sobre o escritor. Esta biografia aprofunda e esclarece aspectos da vida e da obra de Euclides da Cunha até então pouco estudados.

"Como biografia, Euclides da Cunha: Uma Odisseia nos Trópicos é um dos trabalhos mais bem realizados do gênero, dentro e fora do Brasil. Comprovam tal realização o caráter abrangente que o biógrafo dá à totalidade da vida de Euclides, a autoridade com que discute os seus aspectos mais controversos – a relação de Euclides com o positivismo, a questão racial no seu pensamento crítico, a sua vida familiar – e a acessibilidade e sofisticação de uma narrativa que prende a atenção dos leitores. É trabalho de mais de uma década de profundas pesquisas e reflexões sobre a vida do nosso escritor maior e que estabelecerá definitivamente um marco importante nos estudos euclidianos." – Leopoldo Bernucci

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Leitura- O Trono da Rainha Jinga



Já li praticamente todos os livros de Musa. Esta já havia lido e quis relembrar. Não eh dos melhores mas tem uma boa reconstrução do Rio do Sex XVII.


Resenha:

Uma onda de violência assola o Rio de Janeiro do século XVII, sendo atribuída a uma irmandade secreta de escravos criminosos. Ao mesmo tempo, são contadas as aventuras de um dos personagens pela África, onde conhece a famosa rainha Jinga. Cada capítulo é narrado por um personagem diferente, são diversas visões que se encadeiam até o desfecho.

domingo, 12 de setembro de 2021

Leitura- 451 no 49

 

Vários boas resenhas de livros . Achei maçante o artigo sobre Mario de Andrade : erudito , chato e extenso demais 

sábado, 11 de setembro de 2021

Leitura- Cartas de uma Imperatriz

Excelente este livro de cartas da Imperatriz Leopoldina. Nobre de vasta formação e da família mais nobre ,  acabou isolada no Brasil desempenhando seu papel de princesa dentro do Regime Monárquico vigente no mundo , dominado pelos homens e desempenhando seu papel de parideira de príncipes e princesas. Para piora morreu jovem e corneada as claras pelo Imperador. Triste fim 

Resenha: Em 1817, a jovem Leopoldina, descendente dos Habsburgos, uma das mais importantes famílias da nobreza européia, desembarcava no Rio de Janeiro, onde lhe esperava o seu marido, D. Pedro, com quem ela havia se casado por procuração, ainda em Viena, na Áustria. Era o primeiro encontro dos dois. A jovem, cheia de sonhos, criada na mais completa lealdade aos ideais absolutistas, sabia que, além do amor que já sentia pelo jovem português, teria uma missão a cumprir naquela terra nova, sem o glamour das cortes da Europa. “Meu destino é o Brasil, e cumprirei com prazer o mais rápido possível”, escreveu numa carta à sua irmã Maria Luísa, que havia sido esposa de Napoleão Bonaparte.
As cartas desta jovem princesa austríaca que, em solo brasileiro, acabou tendo um papel fundamental no episódio da Independência, surgem agora reunidas em Cartas de uma imperatriz. O livro reúne 315 cartas, que foram selecionadas a partir de um universo pesquisado de 850 peças em arquivos brasileiros, austríacos e portugueses, e cinco ensaios abordando o período histórico no Brasil e na Europa, a formação intelectual e moral de Leopoldina e a sua participação nos rumos da vida brasileira no começo do século XIX.
Os historiadores István Jancsó e André Roberto de A. Machado, em “Tempos de revolta, tempos de revolução”, apresentam uma reflexão sobre a presença portuguesa no Brasil e os rumos da monarquia absolutista numa Europa em transformação. Já a historiadora austríaca Bettina Kann, da Biblioteca Nacional da Áustria, que assina dois artigos, faz uma análise da situação política na Áustria e o ambiente em que a jovem se formou. A historiadora Andréa Slemian, tomando como referência a leitura das cartas, traça um painel de sua vida no Brasil, estabelecendo a dinâmica existente entre privado e público, mulher e princesa. Para completar, a psicanalista Maria Rita Kehl tece preciosas considerações sobre a personalidade de Leopoldina, a partir da leitura das cartas.
A pesquisa, a seleção e a transcrição deste vasto material foram feitas pela historiadora Bettina Kann e Patrícia Souza Lima, historiadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escritas em alemão, francês, português e inglês, elas cobrem o período que vai de 1808, quando Leopoldina tinha apenas 11 anos, a 1826, ano do seu falecimento.
Entre os vários destinatários, como seu pai Francisco I, sua tia Maria Amélia, destacam-se as que foram enviadas a sua irmã Maria Luísa, que era uma espécie de confidente de Leopoldina. Nestas cartas, a jovem relata, entre outras coisas, o momento em que recebeu, ainda em Viena, um retrato de D. Pedro, e se apaixonou por este jovem “tão lindo como um Adônis”. Já em sua última carta à irmã, pouco antes de sua morte após um aborto, encontramos uma mulher abatida e desesperançosa: “Há quatro anos, minha adorada mana, como a ti tenho escrito, por amor de um monstro sedutor me vejo reduzida ao estado de maior escravidão e totalmente esquecida pelo meu adorado Pedro”.
Esta edição inclui ainda um caderno iconográfico (com obras selecionadas de artistas-viajantes que estavam no Brasil na época, como Johann Moritz Rugendas, Thomas Ender, que acompanhou Leopoldina na Missão Austríaca, e Debret, além de duas aquarelas da própria Leopoldina e alguns fac-símiles das cartas), a árvore genealógica da Imperatriz e de D. Pedro I, cronologia histórica, glossário de nomes, bem como um índice de todas as cartas e um índice onomástico. Um material rico não só para estudiosos, mas também para os leitores, a quem se oferecerá um testemunho vivo da vida européia e brasileira no começo do século XIX.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Leitura- As Barbas do Imperador

 Não é bem uma biografia de PII . Mas serve como complemento de um biografia real ainda a ser lida. Porém é um bom livro sobre o reinado de PII . Vale a leitura para entender um pouco mais o Brasil e os porques de nosso e mundial  imaginário tropical. Resenha: Misto de ensaio interpretativo e biografia de d. Pedro II, As barbas do imperador, de Lilia Moritz Schwarcz, foi um marco na historiografia brasileira, apresentando uma visão nova e reveladora de nosso passado. O livro materializava o mito monárquico ao descrever, por exemplo, a construção dos palácios, a mistura de ritos franceses com costumes brasileiros, a maneira como a boa sociedade praticava a arte de bem civilizar-se, a criação de medalhas, emblemas, dísticos e brasões, a participação do monarca e o uso de sua imagem em festas populares. Promovendo um diálogo fértil entre sua argumentação e a riquíssima iconografia da época, a autora mostrava de que maneira a monarquia brasileira se tornou um mito não apenas vigoroso, mas extremamente singular.


Nesta edição em quadrinhos de As barbas do imperador, Schwarcz volta à parceria com o premiado ilustrador Spacca, na dobradinha que já rendeu o best-seller D. João Carioca. Agora, Spacca conduz o leitor a um verdadeiro passeio pelos temas do livro, transpondo a linguagem do ensaio e da biografia ao universo das hqs de forma vibrante e esclarecedora. Dezenas de personagens da nossa história circulam pelos desenhos de Spacca, que recriou com fidelidade toda uma época, convertendo documentos, retratos, pinturas e obras arquitetônicas numa narrativa de tirar o fôlego. Ao fim, uma seção de extras amplia a discussão do livro, com textos sobre a Guerra do Paraguai, a escravidão e a fotografia no império, além de uma galeria de personagens do livro e uma alentada cronologia.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Leitura- O peso do pássaro morto


 

Livro muito bem elaborado em uma escrita de poesiaprosa ou prosapoesia muito criativa  que transmite bastante o sentimento de perda. Valeu a dica  Vamos esperar o próximo



Resenha :Em “O peso do pássaro morto”, acompanhamos uma mulher que, dos 8 aos 52 tenta, com todas as forças, não coincidir apenas com a dor de que é feita. Um livro denso e leve, violento e poético, “simultaneamente claridade de vidro e ponta aguda de faca”, diz- -nos a orelha de Micheliny Verunschk. Afiado, O peso é feito de palavras e do vazio que elas desenham na página. No silêncio, no corte, o livro comprova que a dor e a poesia estão nos detalhes. Não poderia ser de outro jeito um livro que nasce com a morte de um canário, nas mãos, “minha mãe pediu pra cortar a unha dele. E ele morreu, de susto”, conta Aline. A morte vive em cada palavra d’O peso, onde vive também Aline, paulistana de 1987, formada em Letras e em Artes Cênicas, editora e colunista do site cultural OitavaArte. O peso do pássaro morto e ela se tocam, sobretudo, em um jeito de ver o mundo, “sem querer entender tanto”. Em dias tão pouco propensos ao feminino, o romance de Aline Bei dá corpo a uma coleção de dores sobre a força e a solidão de ser mulher, hoje.


Leitura- Nostalgias Canibais - Odorico Leal

Gostei da criatividade dos contos. me pareceu um tanto o quanto pretencioso na escrita . Mas os contos são bons e merecem uma nova fornada R...