terça-feira, 26 de julho de 2022

Leitura- O Plantador de Abóboras- Luís Cardoso






Resenha: Escrito num fluxo poético de memória e tragédia, reminiscências e episódios históricos, este é um romance único e poderoso. Na prosa hipnotizante de Luís Cardoso, uma mulher — que por mais de duas décadas espera o retorno do noivo durante a ocupação indonésia no Timor — relata (a um interlocutor misterioso) a história de seu país. Vivendo em Lisboa, Cardoso retornou ao Timor numa viagem com José Saramago. No meio das ruínas da guerra, os dois escritores encontraram uma mulher que se pôs a falar sobre o país.

Este livro é uma meditação sobre a criação do Timor e sobre todas as violências possíveis (o racismo, o comércio predatório, a exploração do homem, o preconceito, as invasões e o machismo). Belo e intenso, é construído a partir de episódios históricos, lendas e tragédias políticas. Timor, cenário mítico, não voltará a ser o mesmo depois desta viagem em que o concreto e o lendário, Sancho Pança e Chibanga, as rosas e o café, o cavalo e o ganso, o Império Colonial e o Oriente, a espera pelo amor e os dias vertiginosos da guerra são chamados à cena.

Ou, como diz a própria personagem desse romance absolutamente singular e encantatório: "Numa guerra ninguém faz considerações morais: ou se mata ou se morre. Mata-se e pronto. Mataste quantas pessoas, antes de entrares nesta casa para me dizeres que gostarias de plantar abóboras?".

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Leitura- 451No #59

 



Indice : #59


FOLHA DE ROSTO

Guto Lacaz — Renato Parada 


A FEIRA DO LIVRO

Um grande dia em São Paulo — Giovana Madalosso, Natalia Timerman e Paula Carvalho 


FICHAMENTO

Stefano Volp — Paula Carvalho 


COLUNAS

A água é uma máquina do tempo, de A. Motta, e Solitária, de E. A. Cruz [Crítica Cultural] — Paulo Roberto Pires

Angolanês [Um benguelense em Berlim] — Kalaf Epalanga 

O grito [Tema livre] — Djaimilia Pereira de Almeida

Movimento LGBTI+, de R. Quinalha [As cidades e as coisas] — Bianca Tavolari

A cidade desloca a retina [As cidades e as coisas] — Tacio Russo


LAUT — LIBERDADE E AUTORITARISMO

Revolução conservadora, de L. Rosenfield — Emilio Peluso Meyer 


DESIGUALDADES

Invisíveis, de F. da Escóssia — Cláudio Machado 


LITERATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA

O encantamento da língua portuguesa — Redação Quatro Cinco Um

Entrevista com Isabel Lucas — Beatriz Muylaert

Mensagem, de F. Pessoa — Carlos Adriano

As doenças do Brasil, de V. H. Mãe — Pedro Jaime e Celso Cruz

O plantador de abóboras, de L. Cardoso — Paula Sperb

Flecha, de M. Campilho — Olívia Nicoletti

A poesia de Maria do Rosário Pedreira — Itamar Vieira Junior

Eliete, de D. M. Cardoso — Fabiane Secches

Listão de literatura lusófona 


LITERATURA JAPONESA

O marinheiro que perdeu as graças do mar, de Y. Mishima — Bernardo Carvalho


TEATRO

Diatribe de amor contra um homem sentado, de G. G. Márquez — Sérgio Roveri 


REBENTOS

Gente legal está em todo lugar, de A. Walker — Kelly Ribeiro

Leitores de carteirinha — Melissa Oliveira, Maria Eduarda Silva da Silva, Débora Fernanda Mafra Fonseca, Matheus Adams Pereira Almeida


domingo, 24 de julho de 2022

Leitura - Retalhos - Craig Thompson

 



Outra graphic novel de alto nível. Excelente retrato da juventude de jovem cristão 

Resenha : Uma das graphic novels mais premiadas dos últimos tempos, Retalhos é um relato autobiográfico da vida no Meio Oeste americano. Thompson retrata sua própria história, da infância até o início da vida adulta, numa cidadezinha de Wisconsin, no centro dos Estados Unidos, que parece estar sempre coberta pela neve. Seu crescimento é marcado pelo temor a Deus — transmitido por sua família, seu colégio, seu pastor e as trágicas passagens bíblicas que lê —, que se interpõe contra seus desejos, como o de se expressar pelo desenho.

Ao mesmo tempo Thompson descreve a relação com o irmão mais novo, com quem ele dividiu a cama durante toda a infância. Conforme amadurecem, os irmãos se distanciam, episódio narrado com rara sensibilidade pelo autor.

Com a adolescência, seus desejos se expandem e acabam tomando forma em Raina — uma garota vivaz, de alma poética e impulsiva, quase o oposto total de Thompson —com quem começa a relação que mudará a visão que ele tem da família, de Deus, do futuro e, enfim, do próprio amor. Retalhos traz as dores e as paixões dos melhores romances de formação — mas dentro de uma linguagem gráfica própria e extremamente original.

Leitura - Persépolis- Marjane Satrapi

 




Livro premiado com razão .Uma representação forte do crescimento durante período difícil da vida no Irã.

Resenha : Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita — apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.

Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama — e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Leitura -Memorial de Maria Moura- Rachel de Queiroz

 


Excelente romance de Rachel . Capta as características sociais da virada do século no Nordeste



Resenha: Romance maduro de Rachel de Queiroz, Memorial de Maria Moura traz em si todas as características literárias que consagraram a escritora, a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras. Narrado no Brasil rural do século XIX, o livro conta a saga de Maria Moura, personagem forte e sertaneja.

Ainda nova, Maria Moura passa por experiências dolorosas. Perde o pai e depois a mãe. O padrasto a alicia e a violenta. E mais: sua terra, herdada, se encontra sob ameaça de primos inescrupulosos. O agreste, a seca e a solidão poderiam ser os únicos companheiros dessa jornada. Maria, porém, é um retrato da vontade e do desejo da mulher nordestina, que entende o lugar de submissão em que a sociedade e a família querem colocá-la, mas não aceita se contentar com ele. À sua volta reúnem-se personagens apaixonados e leais, que clamam por participar de sua luta por justiça.

O sertão, a liberdade, a violência, a disputa por terras, a religiosidade, a vontade e a emancipação feminina, a amizade e o amor são grandes temas de Rachel de Queiroz, todos tratados nessa obra-prima, escrita quando a autora já contava com 82 anos. Não por menos, Memorial de Maria Moura ganhou o Prêmio Jabuti de Ficção do ano de 1993 e, no seguinte, foi adaptada para uma minissérie homônima na Rede Globo, com Glória Pires no papel da protagonista.

Rachel de Queiroz foi uma mulher extraordinária. Escritora, jornalista, militante contra a ditadura Vargas e porta-voz do Nordeste brasileiro, nunca consentiu ser enclausurada em categorias. Dizia-se “não feminista”, permitia-se a contradição. Nas palavras de Heloisa Buarque de Hollanda, Rachel é “nossa grande literatura feminista […] avant la lettre.”

O livro é ilustrado pelo grande gravurista Ciro Fernandes.

terça-feira, 12 de julho de 2022

Leitura- Memorial de Maria Moura - Raquel de Queiroz

 



Aclamada obra de Rachel de Queiroz, Memorial de Maria Moura retorna às livrarias com capa nova.

Romance maduro de Rachel de Queiroz, Memorial de Maria Moura traz em si todas as características literárias que consagraram a escritora, a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras. Narrado no Brasil rural do século XIX, o livro conta a saga de Maria Moura, personagem forte e sertaneja.

Ainda nova, Maria Moura passa por experiências dolorosas. Perde o pai e depois a mãe. O padrasto a alicia e a violenta. E mais: sua terra, herdada, se encontra sob ameaça de primos inescrupulosos. O agreste, a seca e a solidão poderiam ser os únicos companheiros dessa jornada. Maria, porém, é um retrato da vontade e do desejo da mulher nordestina, que entende o lugar de submissão em que a sociedade e a família querem colocá-la, mas não aceita se contentar com ele. À sua volta reúnem-se personagens apaixonados e leais, que clamam por participar de sua luta por justiça.

O sertão, a liberdade, a violência, a disputa por terras, a religiosidade, a vontade e a emancipação feminina, a amizade e o amor são grandes temas de Rachel de Queiroz, todos tratados nessa obra-prima, escrita quando a autora já contava com 82 anos. Não por menos, Memorial de Maria Moura ganhou o Prêmio Jabuti de Ficção do ano de 1993 e, no seguinte, foi adaptada para uma minissérie homônima na Rede Globo, com Glória Pires no papel da protagonista.

Rachel de Queiroz foi uma mulher extraordinária. Escritora, jornalista, militante contra a ditadura Vargas e porta-voz do Nordeste brasileiro, nunca consentiu ser enclausurada em categorias. Dizia-se “não feminista”, permitia-se a contradição. Nas palavras de Heloisa Buarque de Holanda, Rachel é “nossa grande literatura feminista […] avant la lettre.”

O livro é ilustrado pelo grande gravurista Ciro Fernandes.



Leitura- Getúlio Vargas -Boris Fausto

 


Bom perfil de Getúlio .Importante para conhecer os movimentos políticos de sua vida 


Resenha :
Nesta obra, Boris Fausto, retrata Getúlio Vargas como quem fala de um velho conhecido. Não é para menos, desde os tempos de escola, quando se acostumou a ver o retrato do líder pendurado na sala de aula, até hoje, a carreira intelectual do historiador tem sido sempre atada à memória de Getúlio.

sábado, 9 de julho de 2022

Leitura- Coluna Prestes - José Augusto Drumond




Bom livro sobre a Coluna . Bem resumido que dá uma  boa visão do movimento para quem for se aprofundar na leitura 


Resenha: Importante capítulo do movimento tenentista, a Coluna Prestes foi mais uma das manifestações do crônico intervencionismo militar na vida política brasileira.

Acreditando-se supremos representantes dos interesses nacionais, os jovens oficiais do Exército que dela participaram percorreram mais de 25.000 km do país em 27 meses, arrebanhando simpatizantes e enfrentando tropas regulares do Exército, de polícias militares e de grupos civis armados. Quais seus reais significados e interesses? Que importância teve na nossa história política e social?

Leitura- Gregorio de Matos - Biografia - Maria de Lourdes Teixeira

 


Muito ruim esta biografia .De biografia não tem nada. Pouco ou quase nenhuma informação e pesquisa relevante sobre o Poeta . No mais são impressões eivadas de preconceito e opiniões sem menor valor .


Resenha :

Biografia de Matos 

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Leitura- Filosofias Africanas - Nei Lopes e Luiz Antonio Simas

 


Na tentativa de entender e ver a possibilidade de uma filosofia brasileira , fui ler esta afri8cana. Eh um introdução mas a meu ver , apesar de criar os termos de-colonianismo e preconceito cientifico ainda não se trata de esboçar uma Filosofia LIVRE dos preconceitos Eurocêntricos , isto é construído sob outros pilares científicos e baseados nos entes encantados  e ditos populares sem o viés universitário 


Filosofias africanas é uma viagem ao pensamento africano pelos ganhadores do Prêmio Jabuti – Livro do ano.



Resenha : Num sentido amplo, o termo “filosofia” designa a busca do conhecimento iniciado quando os seres humanos começaram a tentar compreender o mundo por meio da razão. O termo pode também definir o conjunto de concepções, práticas ou teóricas, acerca da existência, dos seres, do ser humano e do papel de cada um no Universo. Na prática acadêmica, é usado para designar o “conjunto de concepções metafísicas (gerais e abstratas) sobre o mundo”.

A grande crítica que se faz às tentativas de caracterizar o pensamento tradicional africano como filosofia é a de que, na África, os nativos, defrontados com a grande incógnita que é o Universo, seriam incapazes de ir além do temor e da reverência, próprios das mentes ditas “primitivas”.

A partir daí, o chamado “racismo científico”, um dos pilares do colonialismo no século XIX – desqualificando as fontes do saber africano conhecidas desde a Antiguidade –, negou a possibilidade de os africanos produzirem filosofia. Então, o reconhecimento como filósofos, no sentido estrito do termo, de pensadores nascidos na África e de uma linha filosófica deles originada só ocorreu a partir do século XX.

Filosofias africanas trata tanto dos saberes ancestrais africanos, sua essência preservada nos provérbios, na diversidade multicultural e nos ensinamentos passados durante gerações por meio da oralidade, quanto da contribuição de filósofos africanos e afrodescendentes contemporâneos na atualização desses saberes, muitos dos quais pautados no decolonialismo. Nei Lopes e Luiz Antonio Simas, de maneira didática, mais uma vez escreveram uma obra que evidencia a complexidade, sofisticação e profundidade do pensamento africano e das perspectivas de mundo que sua filosofia provoca.

terça-feira, 5 de julho de 2022

Leitura ´Padre Cicero -Lira Neto

 


Nada como ler a biografia de grandes brasileiros para entender nossa nação e os conceitos históricos , sociais e culturais da época. Lira Neto eh um grande pesquisador e o livro excelente por ir a detalhes que nos fazem entender todo clima politico da época tanto sob aspecto religioso como civil


Resenha : Padre Cícero é o resultado de dez anos de pesquisa de Lira Neto, autor de livros como O Inimigo do Rei: Uma biografia de José de Alencar e Maysa: só numa multidão de amores, que deu origem à minissérie da tv Globo. Nesta biografia, uma das mais aguardadas do ano, o autor se debruça sobre a vida do mais amado e controvertido líder religioso que o Brasil já teve: Cícero Romão Batista, o Padim Ciço dos romeiros e fiéis.

Baseado em documentos raros e inéditos, o autor reconta, com riqueza de detalhes, os noventa anos de vida do sacerdote, desde seu nascimento no sertão cearense até a consagração como líder popular. Santo para alguns, impostor para outros, nesta biografia o padre Cícero é alvo de um olhar preciso, que desfaz equívocos históricos e ajuda a enxergar o homem por trás do mito.

É sobre essa vida rica e atribulada que se debruça Padre Cícero. Em um momento em que, acuada diante do avanço evangélico, a Igreja Católica avalia a reabilitação canônica do padre, esta biografia permite compreender a verdadeira dimensão de um dos personagens mais fascinantes da nossa história — e também resgata algumas das inquietações políticas e sociais que ajudaram a moldar o Brasil do século XX.

Leitura- Nostalgias Canibais - Odorico Leal

Gostei da criatividade dos contos. me pareceu um tanto o quanto pretencioso na escrita . Mas os contos são bons e merecem uma nova fornada R...