sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Leitura- Mulheres - Ozamu Dazai

 


Resenha : A vida do escritor japonês Osamu Dazai foi muito conturbada. Envolveu-se com gueixas, foi expulso de casa, viciou-se em álcool e morfina, tentou o suicídio diversas vezes, acabou suicidando-se. Por causa disso, uma mangá muito famoso o transformou em ficção: Osamu Dazai é o protagonista de Bundo Stray Dogs.
Não só, porém, a conturbação é o que faz brilhar a aura do autor. Na verdade, isso é o que menos importa no fim das contas. A grandeza de Dazai está em seu mérito literário. Declínio de um homem, seu romance mais celebrado, inclusive tendo sido adaptado também para dois mangás, e publicado pela Estação Liberdade em 2015, é um sucesso absoluto. Em pouquíssimo tempo, já recebeu várias reimpressões.
Mulheres mantém a qualidade. São catorze contos, todos eles narrados por mulheres. A façanha, embora arriscada para um escritor homem, é exercida com maestria por Dazai, generoso ao deixar que sua voz seja tomada por essas vozes femininas.
Em Mulheres, uma mulher tenta justificar o roubo cometido. Mais do que isso: questiona se a sociedade deve julgá-la por aqueles pouquíssimos segundos do ato criminoso, quando ela age fora de si e contra uma mega corporação, ou por seu comportamento exemplar de toda a vida. Uma jovem escreve uma redação bela e original aos olhos de todos, embora ela mesma não ache grande coisa; querem que a publique, ela o faz a contragosto, recebe elogios, é aclamada, mas depois tentam controlar sua escrita. Ela expõe o ridículo das palavras de ordem, dos manuais, das oficinas literárias, se é que não da pretensão de superioridade dos homens sobre as mulheres.

Leitura-451 #63





 Indice:

                                                FOLHA DE ROSTO

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Leitura- Bouvard e Pecuchet - Flaubert

 



Ja li 2 livros de Flaubert. Acho ele meio pedante no sentido que gosta de demonstrar seu conhecimento e erudição.  Sao tramas simples com excesso de complementos alegóricos. Para mim se assemelha a um desfile de escola de samba: muito luxo e alegorias para mostrar a estória .

Resenha : Com suas frases lapidadas exaustivamente, suas palavras precisas, o romance Bouvard e Pécuchet, do francês Gustave Flaubert, atravessou o tempo sem perder seu impacto e sua força expressiva. Publicado originalmente em 1881, permanece sendo “literalmente uma obra de vanguarda”, como dizia Roland Barthes.

A nova tradução, publicada agora pela Editora Estação Liberdade, mantendo-se fiel às edições críticas francesas, traz notas explicativas e os roteiros manuscritos que o escritor deixou para o final da primeira parte do romance, bem como para a segunda parte, como o famoso “Dicionário das idéias feitas”. Conta também com um ensaio de Guy de Maupassant, escrito por ocasião do lançamento da obra, e com uma apresentação, assinada pela especialista Stéphanie Dord-Crouslé, sobre a construção do livro e sua revolucionária estrutura narrativa.

Nesse romance, Flaubert coloca em cena dois personagens crédulos, os escreventes Bouvard e Pécuchet, que, caminhando na rua, na hora do almoço, sentam num mesmo banco de praça e acabam se tornando grandes amigos. O sonho desses dois “homenzinhos”, como o escritor a eles se referia, era conseguir largar o trabalho insano de copistas para se dedicarem aos estudos, aos altos conhecimentos, científicos ou não, do mundo.

Um dia, um deles recebe uma bela herança, suficiente para passar o resto da vida sem trabalhar em escritório. Combinam, então, trocar a vida parisiense pela vida no campo, onde poderiam se dedicar aos estudos e às experiências, procurando pôr em prática, nesse laboratório da natureza, tudo que aprenderiam nas grandes obras de referência.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Leitura- Satantango - Laszlo Krasznahorkai





Excelente livro deste hungáro. Proust , Kafka e Beckett se misturam num livro enlouquecedor. Linguagem única e muito opressiva num livro extremante marcante pela  mensagem direcionada aqueles que creem em messias , mitos , ídolos e outros "iluminados".


Ler O Tango de Satanás (1985), a obra de estreia de László Krasznahorkai, é entrar de corpo e alma numa pluviosa experiência hipnótica, e sentir que, como teia de aranha em recantos escuros, uma fina fuligem existencial se deposita na mente. Neste livro, uma pequena comunidade isolada e ao abandono na planície húngara, batida pelo vento e pela chuva incessante, confronta-se com o regresso do misterioso Irimiás – demónio ou messias, trapaceiro ou salvador da aldeia? –, que se julgava morto e que dividirá para conquistar. Dança de esperanças e fracassos, O Tango de Satanás é uma meditação sobre a crença em falsos profetas no rescaldo de utopias falhadas, os passos que damos à beira do abismo e as histórias que contamos para sobreviver e iludir. Em 1994, deu origem ao filme de culto homónimo, realizado por Béla Tarr.

László Krasznahorkai (n. 1954) é um dos maiores escritores contemporâneos, traduzido em várias línguas. «Mestre húngaro do apocalipse», segundo Susan Sontag, e «autor intenso e intransigente», segundo W. G. Sebald, estudou direito e literatura em Budapeste e foi editor nos anos 80, antes de se dedicar exclusivamente à escrita. Trocou a Hungria comunista por Berlim, em 1987, e viajou pelo Japão e pela China, nos anos 90, década em que viveu também em Nova Iorque, na casa de Allen Ginsberg – que o terá aconselhado quando escrevinhava Guerra & Guerra à mesa da cozinha. A sua obra visionária, constituída por romances, ficção breve e guiões, é um ambicioso projecto, profundamente influenciado por Kafka e Beckett, que analisa a realidade até à loucura e que, num estilo arrebatador, reflecte sobre a decadência e o homem eternamente dilacerado entre a criação e a destruição. Da sua fértil colaboração com o cineasta Béla Tarr, resultaram várias adaptações cinematográficas (O Tango de Satanás e As Harmonias de Werckmeister) e o argumento original d’O Cavalo de Turim.

Leitura- Nostalgias Canibais - Odorico Leal

Gostei da criatividade dos contos. me pareceu um tanto o quanto pretencioso na escrita . Mas os contos são bons e merecem uma nova fornada R...