terça-feira, 8 de novembro de 2022

Leitura- Satantango - Laszlo Krasznahorkai





Excelente livro deste hungáro. Proust , Kafka e Beckett se misturam num livro enlouquecedor. Linguagem única e muito opressiva num livro extremante marcante pela  mensagem direcionada aqueles que creem em messias , mitos , ídolos e outros "iluminados".


Ler O Tango de Satanás (1985), a obra de estreia de László Krasznahorkai, é entrar de corpo e alma numa pluviosa experiência hipnótica, e sentir que, como teia de aranha em recantos escuros, uma fina fuligem existencial se deposita na mente. Neste livro, uma pequena comunidade isolada e ao abandono na planície húngara, batida pelo vento e pela chuva incessante, confronta-se com o regresso do misterioso Irimiás – demónio ou messias, trapaceiro ou salvador da aldeia? –, que se julgava morto e que dividirá para conquistar. Dança de esperanças e fracassos, O Tango de Satanás é uma meditação sobre a crença em falsos profetas no rescaldo de utopias falhadas, os passos que damos à beira do abismo e as histórias que contamos para sobreviver e iludir. Em 1994, deu origem ao filme de culto homónimo, realizado por Béla Tarr.

László Krasznahorkai (n. 1954) é um dos maiores escritores contemporâneos, traduzido em várias línguas. «Mestre húngaro do apocalipse», segundo Susan Sontag, e «autor intenso e intransigente», segundo W. G. Sebald, estudou direito e literatura em Budapeste e foi editor nos anos 80, antes de se dedicar exclusivamente à escrita. Trocou a Hungria comunista por Berlim, em 1987, e viajou pelo Japão e pela China, nos anos 90, década em que viveu também em Nova Iorque, na casa de Allen Ginsberg – que o terá aconselhado quando escrevinhava Guerra & Guerra à mesa da cozinha. A sua obra visionária, constituída por romances, ficção breve e guiões, é um ambicioso projecto, profundamente influenciado por Kafka e Beckett, que analisa a realidade até à loucura e que, num estilo arrebatador, reflecte sobre a decadência e o homem eternamente dilacerado entre a criação e a destruição. Da sua fértil colaboração com o cineasta Béla Tarr, resultaram várias adaptações cinematográficas (O Tango de Satanás e As Harmonias de Werckmeister) e o argumento original d’O Cavalo de Turim.

Nenhum comentário:

Leitura- Mil e uma noites -Traduzido do árabe - Mamede Mustafá Jarouche

  Um dos melhores livros já feitos pelo homem. Todos deveriam ler  Resenha : Imaginemos um jogo entre pessoas cultas, em que cada participan...