domingo, 26 de março de 2023

Leitura- O Livro do Travesseiro- Sei Shonagon

 Excelente livro escrito no Sex X . Fica clara toda delicadeza , a estética e a sofisticação da cultura japonesa que remonta de antes da época em que este livro foi escrito. A leveza da escrita , a descrição dos rituais e riqueza da estética definem claramente a foram do Japão entender e respeitar seu passado. Enriquecedor



RESENHA: Escrito no século X em Quioto por Sei Shônagon, dama da corte da Imperatriz, O Livro do Travesseiro é a principal obra da literatura clássica japonesa. Composto por mais de trezentos textos curtos — que podem ser lidos em sequência ou com a liberdade do acaso —, a obra compõe um verdadeiro inventário da estética e da cultura do Japão feudal, vistas pelo olhar poético de uma grande escritora. A presente edição e tradução da obra foi realizada durante mais de dez anos por um grupo de professoras da Universidade de São Paulo coordenado por Madalena Hashimoto Cordaro.

Como explicar que um livro escrito no final do século X, início do XI, por uma dama da corte a serviço de sua Imperatriz, em Quioto, numa sociedade tão diversa da nossa quanto o Japão feudal, possa tocar o leitor contemporâneo com tamanho frescor e alegria?

A resposta está no olhar extremamente aguçado de sua autora, Sei Shônagon (c. 966-1017), que conta no Ocidente com um largo número de admiradores — de Jorge Luis Borges, que traduziu parcialmente O Livro do Travesseiro para o espanhol, ao diretor inglês Peter Greenaway, que se inspirou na obra para criar o premiado filme The Pillow Book.

Com uma capacidade de produzir insights inesperados praticamente a cada página, Sei Shônagon ilumina tanto os pequenos fatos do cotidiano no Palácio Imperial, como os fenômenos da natureza, as sutis interações da vida social e a refinada trama de valores estéticos que enlaça e organiza praticamente todas as esferas da cultura.

Verdadeiro recenseamento dos costumes, práticas e mentalidades do período Heian — aquele em que se forma e sistematiza a estética propriamente japonesa —, O Livro do Travesseiro é composto por mais de trezentos textos que, lidos em sequência ou com a liberdade do acaso, compõem um inventário dos afetos, da sensibilidade e do conhecimento de uma época, filtrados pela ótica de uma escritora de talento excepcional.

Sei Shônagon, como é conhecida hoje, recebeu tal nome enquanto atuava como servidora da Consorte Imperial Teishi, esposa principal do Imperador Ichijô (980-1011, no trono desde 986 até a morte). Nascida por volta de 996, filha e neta de poetas renomados, é convocada no ano de 993 pelo Conselheiro-Mor Fujiwarano Michitaka para servir à Corte de sua filha, Teishi, em Quioto, então capital do Império. Sei Shônagon inicia então, possivelmente com 27 anos, suas atividades na Ala Feminina do Palácio Imperial, e começa a escrever os textos que comporão O Livro do Travesseiro. Conclui a obra no ano 1001. Em 1011, morre o Imperador Ichijô, e cerca de dez anos depois, nos anos 1020, Sei falece em Quioto.

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