terça-feira, 31 de outubro de 2023

Leitura-Gambé - Fred Di Giacomo Rocha


Um bom roteirista nao se transforma em um romancista. As linguagens e formações são diferentes. Este livro tem ótima pesquisa mas pretensão de ser algo de Guimarães chega a ser ofensivo. Palavras e linguagens mal colocadas nas bocas do personagens e figuras de estilo deslocadas da época dos personagens  revelam a pouca preocupação no capricho na tentativa de virar romancista e são um dos exemplos dos erros na montagem da estória



Resenha : Uma estória pensada nos termos de um Mano Brown e contada no espírito de Guimarães Rosa. Isso é Gambé.Houve um tempo em que a tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, a ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), atendia pelo nome de “Batalhão de Caçadores Tobias de Aguiar”. Não eram animais o que caçavam.Gambé integra essa corporação, é nosso homem na estrada. Seu destacamento aterrorizava os sertões de São Paulo na virada para o século XX, tempo vivo do pós-abolição e de invenção da República. Ordem e progresso eram o lema. Modernidade. A função na polícia nesse arranjo era simples: manter o povo manso e longe de rebeldias.Homens armados e em uniforme, inflados em seus egos — e testículos — pela miragem de serem detentores do monopólio legítimo da violência. O risco de liberação de sadismos é enorme. É que trazem consigo suas dores e desejos, suas frustrações e inseguranças, seus machos temores. Tudo com a mão no coldre.Gambé não nasceu pra isso. Como haver-se então com essa vida? Encontrar refrigério ou redenção? Sim, ele é polícia-caçador. Mas aprecia reconhecer suas cisões, os vários eus que carrega em si. E mesmo sabendo que não é inteiro, almeja ser íntegro. É essa sua saga e seu desafio — que é também o de cada um de nós.“Cartografia de um Brasil áspero, do qual outros Brasis não têm senão pálida notícia de tempos em tempos. Um sertão aberto como ferida pelo empenho de bandeirantes e outros mateiros, de benzedeiras, indígenas, negros, gente da roça e dos polícias. Gambé, o protagonista, traz no corpo e na memória a exata medida da tragédia desse lugar, onde não há bondade que subsista. Um grande romance por um dos autores que mais vêm me impressionando nos últimos tempos.” — Micheliny Verunschk“No mundo literário, há quem escreve bonito, há quem escreve certo e, em número bem reduzido, quem escreve de verdade. Depois de iniciada a leitura deste romance do talentoso Fred Di Giacomo, é impossível largar. Já testemunhei muita coisa boa na literatura brasileira contemporânea; acompanho de perto. E garanto: este livro é escrita como poucas vezes se encontra, é um feito, tem potência, é genuíno e vem para ficar.” —Paulo Scott

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