Livro excessivamente falado mas altamente psicanalítico . Me pareceu que o Eribom quis achar algumas justificativas para a vergonha de ser pobre e desta forma culpar os seus 30 anos sem ver a família :na burguesia , no capitalismo , na sua condição homossexual e na luta de classes .Para quem como eu veio de uma família muito pobre e sofreu na carne a mesma exclusão social trata-se de um excelente bode expiatório e um ótimo tema para um bom escritor . O que vale no livro eh sua auto biografia e não a analise psicanalítica e marxista .
O fato é que não precisaria de nenhuma destas justificativas pois seu meio social e sua família eram excessivamente humilhantes , inconvenientes e desqualificadores . Tinha mesmo que sair fora disto tudo .O resto é discurso psicanalítico e marxista. O analista dele deve ter obrigado a escrever o livro para exorcizar a culpa , independente das razões que teve que acho extremamente justas para abandonar tudo .Aliás deve ser católico para se sentir tão culpado por NADA .
Resenha : Neste grande livro que entrelaça reflexão sociológica e memória autobiográfica, Didier Eribon relata seu retorno, depois da morte de seu pai, a Reims, sua cidade natal, e seu defrontamento com seu ambiente de origem, com o qual havia praticamente rompido trinta anos antes. Desse reencontro, vem o ímpeto de mergulhar no passado e retraçar a história de sua família, à medida que se dá conta de que a ruptura não se deveu exclusivamente a sua homossexualidade ou à homofobia que pairava no ambiente doméstico, mas também à vergonha que ele sentia de sua origem social. Ao evocar o mundo operário de sua infância, reconstituindo sua ascensão social e sua vida intelectual a partir dos anos 1950, o filósofo e sociólogo francês combina a cada parte desse relato íntimo e comovente elementos de uma reflexão sobre classes, sistema escolar, formação das identidades, sexualidade, política, democracia e a mudança do padrão de votos da classe operária ― que é ilustrada por sua própria família que troca sua lealdade pelo Partido Comunista por partidos de direita e até de extrema-direita. Ao reinscrever assim as trajetórias individuais nos determinismos coletivos, Didier Eribon se questiona sobre a multiplicidade de formas da dominação e portanto da resistência.
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